Para quem perdeu um amor para a covid, dor sufoca e Natal não faz mais sentido
Na família de 14% dos participantes da enquete de ontem do Campo Grande News, vai faltar alguém que a covid levou
“A minha história é quase como da Rosy. Perdi meu pai no dia 26 de julho e minha mãe, no dia 31 de agosto para a covid-19. Que dor que não passa, falta ar, sufoca. Quanto amor e saudades!”.
O depoimento da leitora que se identifica nas redes sociais como Rê Rocha Ramos é um das dezenas que surgiram depois que Rozy Pereira comentou na página do Campo Grande News no Facebook que havia perdido pai e mãe num intervalo de três meses.
Nessa quarta-feira (23), antevéspera do Natal, o Campo Grande News perguntou: “No Natal da sua família, vai faltar alguém que a covid levou?”. Embora 86% dos participantes da enquete tenham respondido “não”, os 14% que clicaram no “sim” foram suficientes para render inúmeras histórias tristes.
Realmente, para muita gente, o Natal perdeu o sentido, ao menos enquanto durar o luto de ver a vida de uma pessoa amada roubada tão depressa. Yéia Diniz, perdeu avó e pai em dois meses. “Minha avó no dia 22 de julho e no dia 27/09. meu Pai se foi. Essas datas sem eles não tem o menor sentido pra mim”, lamenta.
Lucélia Dos Santos Romero ficou viúva. “Vai sim. Meu esposo faleceu no dia 14 de dezembro. Vai faltar um à mesa, mas ele estará pra sempre em nossos corações e orações. Que Deus faça com que essa doença tenha seu fim logo. Chega de tanta dor e sofrimento”.
“Perdi dois tios numa diferença de 25 dias, minha prima e um amigo de serviço por causa da covid”, revelou Marlei Correa.
Joyce Garcia contou que em respeito às famílias que sofrem a dor da perda, a dela não se reunirá. “Graças a Deus, não. Mas não iremos comemorar, pois o vírus ainda está nos atormentando. Meus sentimentos para os que perderam alguém querido”.