Buscando grandes eventos, governo quer estádio e vai até ao COB
Circuito de Vôlei de Praia, em setembro, é visto como retomada de grandes competições sediadas em Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul voltou a ser palco de grandes eventos esportivos em setembro, ao receber o Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Com a competição, reanima-se a inclusão do Estado novamente na rota de grandes competições, com alguns planos e ações do governo estadual com este objetivo.
Reunião técnica entre o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e a Fundesporte (Fundação de Esporte e Lazer de Mato Grosso do Sul) está agendada para o mês de novembro. Na pauta, a possibilidade de trazer eventos esportivos de nível olímpico para Mato Grosso do Sul, como o Circuito de Atletismo, conforme informa Marcelo Miranda, presidente da fundação.
Além disso, o Governo do Estado e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) devem fechar o contrato de gerenciamento esportivo do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, o Morenão, até o dia 15 deste mês, o que possibilitará que o local sedie grandes eventos esportivos, como jogos da seleção brasileira de futebol e da Série A do Campeonato Brasileiro.
Sobre o Morenão, Marcelo conta que a universidade entregou à fundação um contrato de concessão de toda a parte esportiva do estádio, que está sendo analisado pela Procuradoria Geral do Estado. “Até o dia 15 deste mês devemos ter uma posição, quanto custará e o tempo que irá demorar para que as obras de adequações sejam feitas”, explica o chefe da Fundesporte.
Conforme o presidente, a Fundesporte trabalha com a possibilidade da liberação do local o quanto antes para ser usado no Campeonato Estadual de 2017. “Temos em mente duas etapas. A primeira de adequações de segurança para atender a exigência dos bombeiros e do Ministério Público, o que viabilizaria os jogos do Campeonato Estadual. A segunda etapa será de revitalização do Morenão, com melhorias gerais como no placar eletrônico, nos assentos, reforma dos vestiários”, afirmou.
Com o sucesso de público que foi a semana do vôlei de areia em Campo Grande, o presidente afirmou que o grande foco da fundação é trazer grandes eventos esportivos ao Estado, como a etapa dos Jogos Universitários Brasileiro.
“O vôlei de praia foi um sucesso em termo de público e organização, uma das melhores edições, segundo a gerência de marketing do Banco do Brasil. Por isso estamos focando tanto na questão do Morenão. Quando estiver liberado, vamos poder trazer jogos da série A, da seleção brasileira, além de shows e grande eventos. A ideia é que o Morenão se transforme em um palco não só de futebol, mas de atletismo e shows”.
Futebol - Segundo Marcelo, a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) ficou responsável pelo levantamento dos laudos do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, de vigilância e de engenharia, exigidos pela portaria 290 do Ministério do Esporte.
O vice-presidente da FFMS, Marco Tavares, disse que o Corpo de Bombeiros realizou a vistoria no Morenão na semana passada. “Vários itens, como guarda corpos, foram pedidos na vistoria. Colocamos tudo no projeto que será entregue essa semana para a Fundesporte, e o Governo fará as obras”.
Com o Morenão em uso, existe promessas da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de que grandes jogos, que costumam ser realizados nas arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá e Manaus, também aconteçam em Campo Grande, disse Tavares.
“Até a abertura do Morenão a gente não pode falar nada sobre isso para a Confederação. A partir do momento que estiver liberado tem várias possibilidades, como a seleção, jogos da série A . A certeza é que ano que vem estará liberado para jogar o Estadual”.
Atletismo - Para Janaína Lopes, secretaria geral da FAMS (Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul), a reabertura do Estádio possibilitaria que novos campeonatos de atletismo fossem disputados em Campo Grande. Atualmente as competições acontecem no Centro Olímpico Vila Nasser. “Nossas atividades não foram atrapalhadas com o fechamento do Morenão, mas hoje temos apenas um lugar para realizar as competições, o que faz com que o calendário bata com de outras federações e que a gente acabae perdendo algumas por não ter outra data disponível”.
A mudança traria benefícios para os atletas. “Poderia contribuir porque não ficariam em uma pista apenas. Os atletas teriam outros lugares para realizar os treinos. Eles treinam e competem no mesmo local. O Morenão poderia abrir outras portas, outros campeonatos. Até receber o Troféu Centro-Oeste”.
Vôlei – Foi o vôlei de praia que trouxe Campo Grande de volta para o centro esportivo neste ano, com a realização do Circuito Nacional e Circuito Open no Parque das Nações Indígenas em setembro. Porém, para que novos eventos de grande porte de vôlei voltem a acontecer, é necessário que o Ginásio Avelino dos Reis, o Guanandizão, que passa por obras no momento, esteja disponível, informa o presidente da FVMS (Federação de Vôlei de Mato Grosso do Sul, José Eduardo Amâncio da Mota, conhecido como Madrugada.
“A Confederação Brasileira começa a montar em novembro o calendário com as ações que serão realizadas em 2017, então podemos fazer solicitações só no próximo mês. A nossa ideia é trazer jogos da seleção, tanto masculina quanto feminina, mas temos a deficiência com a interdição do Guanandizão. Grandes jogos só podem ser realizados em ginásios que tenham capacidade acima de 6 mil pessoas”, finalizou Madrugada.
Obras no Guanandizão - As obras de adequação do ginásio, que inclui adaptações para a capacidade de público em eventos esportivos, estão sendo realizadas no local. Em entrevista concedida em agosto ao Campo Grande News, o diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esportes), Luiz Alberto Antunes, deu o prazo 50 dias para o encerramento dos trabalhos, o que deixaria o Guanandizão pronto neste mês.
A reportagem tentou contatar o diretor-presidente para comentar o andamento das obras, mas até o fechamento deste texto não conseguiu falar com ele, que estava em reunião.