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Em Viena, sul-mato-grossense realiza sonho de ver o Brasil jogar

Nascido em Pedro Gomes, Maycon Felder vive há 19 anos em uma cidade do norte da Áustria, na fronteira com Suíça e Alemanha

De Viena, na Áustria, Paulo Nonato de Souza | 11/06/2018 08:53
O sul-mato-grossense Maycon Felder com a esposa Viviane e duas vizinhas brasileiras na porta do Estádio Ernst Happel, em Viena (Foto: Paulo Nonato de Souza)
O sul-mato-grossense Maycon Felder com a esposa Viviane e duas vizinhas brasileiras na porta do Estádio Ernst Happel, em Viena (Foto: Paulo Nonato de Souza)

O último jogo amistoso da Seleção Brasileira, contra a Áustria, antes da estreia na Copa do Mundo da Rússia, teve 48.500 torcedores presentes no moderno e confortável Estádio Ernst Happel, em Viena. Um deles era o sul-mato-grossense do município de Pedro Gomes, Maycon Felder, de 30 anos, e há 19 anos morando em Nenzing, uma cidade austríaca de 6.296 habitantes, que faz fronteira com Suíça e Alemanha.

“Uma oportunidade especial, ver de perto pela primeira vez a Seleção Brasileira jogar é um sonho que se realiza, ainda mais diante do meu outro país, a Áustria, um país que me abrigou”, disse Maycon. Por isso, ele e a esposa Viviane Porsche, uma gaúcha da cidade de Imigrantes (RS), com um grupo de amigos vizinhos, todos brasileiros, se deslocaram 520 km desde Nenzing em uma viagem de trem de 7 horas até Viena.

Ao Campo Grande News, Maycon Felder disse que a viagem valeu a pena porque a Seleção Brasileira venceu (3 a 0) e mais do que a goleada, mostrou força para buscar o título da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, mas esperava que a Áustria fizesse pelo menos um gol.

“Gostei da Seleção. No primeiro tempo achei meio fraco, no segundo tempo deu uma melhorada boa, mas para ser sincero eu gostaria de ter visto pelo menos um gol da Áustria. Eu moro aqui há 19 anos, sou meio austríaco”, comentou Maycon.

Maycon Felder, à direita, a esposa Viviane Porsche, à esquerda, e amigos brasileiros vizinhos em Nenzing, na porta do metrô a caminho do estádio (Foto: Paulo Nonato de Souza)
Maycon Felder, à direita, a esposa Viviane Porsche, à esquerda, e amigos brasileiros vizinhos em Nenzing, na porta do metrô a caminho do estádio (Foto: Paulo Nonato de Souza)

Nascido em Pedro Gomes, na região norte de Mato Grosso do Sul, a 307 km de Campo Grande, Maycon Felder pertence a uma família austríaca por parte da mãe, que foi parar no Brasil após a Segunda Guerra Mundial e retornou a Áustria em 1999.

“Tenho dupla cidadania, ou seja, sou nascido no Brasil, mas também sou cidadão austríaco. Meu pai é brasileiro, mas herdei o sobrenome da minha família materna. Cheguei a Áustria com 12 anos de idade, trazido pela minha mãe e avós, e desde então vou ao Brasil apenas para passear”, contou.

Segundo ele, lembranças são muitas da sua infância em Mato Grosso do Sul, mas atualmente quase toda a sua família por parte de mãe está na Áustria, exceção de um tio que retornou para comandar um pesqueiro chamado Cachoeira das Palmeiras, em Coxim.

Em Nenzing, Maycon trabalha na área de construção civil. “Tenho uma micro empresa e estou na luta diária, levando a vida como qualquer brasileiro fora de casa, fora do seu país”, ressaltou.

Totalmente adaptado ao país, fluente em alemão e nos costumes dos austríacos, Maycon contou que seu maior desafio no início, além das diferenças culturais, foi aprender o idioma alemão. “Cheguei aqui ainda criança, tinha apenas 12 anos e logo entrei na escola e penei bastante. Posso dizer que o idioma foi um grande desafio.

Sobre a Áustria, um país de pouco mais de 8 milhões de habitantes, localizado na Europa Central, Maycon Felder destacou a organização da sociedade e as diferenças culturais em relação ao Brasil.

“O austríaco é um povo organizado em todos os sentidos e questões, mas é um povo muito fechado, muito sofrido ainda por conta da Segunda Guerra. Eles são um pouquinho mais racistas, diferente do brasileiro, que é um povo mais alegre, mais aberto e mais fácil de fazer amizade”, comentou.

Depois do jogo em Viena, no estacionamento do Estádio Ernst Happel, Maycon se juntou a um grupo de brasileiros, reforçado por alguns austríacos, para comemorar a vitória de 3 a 0 da Seleção em ritmo de muita música brasileira.

“Olha, depois que o Tite assumiu a Seleção Brasileira eu posso falar que estou confiante na conquista da Copa do Mundo na Rússia. Vejo a Seleção como favorita, e digo isso não pelo fato de eu ser brasileiro, mas pelo futebol que o Brasil vem jogando atualmente”, declarou.

O respeito pelo futebol brasileiro está recuperado depois da derrota de 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Prova disso, segundo Maycon, foi o fato de ele ter sido bastante requisitado para tirar fotos com estrangeiros na porta do estádio em Viena apenas pelo fato de vestir a camisa da Seleção. “A gente se sentiu meio que celebridade (risos) de tantas fotos”.

POR DENTRO DA COPA – Com o enviado especial Paulo Nonato de Souza, o Campo Grande News estará nos passos da Seleção Brasileira e de todos os acontecimentos que vão envolver o Mundial da Rússia. Veja esta e outras notícias no Canal Copa 2018.

Em dia de celebridade, Maycon e a esposa Viviane tiram fotos com austríaco na porta do estádio em Viena (Foto: Paulo Nonato de Souza)
Em dia de celebridade, Maycon e a esposa Viviane tiram fotos com austríaco na porta do estádio em Viena (Foto: Paulo Nonato de Souza)

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