Manga, de passagem curta pelo Operário, mas de eterna memória
O ex-goleiro, aos 40 anos, defendeu as cores do clube campo-grandense no Campeonato Brasileiro de 1977
O adeus a Manguinha! Haílton Corrêa de Arruda, o ex-goleiro Manga, ou simplesmente Manguinha, como ele próprio o chamava na terceira pessoa, estará eternamente na memória de todos os sul-mato-grossenses que acompanharam a sua curta passagem por Campo Grande no final da década de 1970, independente se operarianos, torcedores ou não de futebol. Ele foi um goleiro das defesas impossíveis, do tipo muito raro no futebol mundial atualmente.
Apesar do pouco tempo que ficou no Operário, Manga deixou sua marca de vencedor com defesas espetaculares que levaram o clube campo-grandense até a fase semifinal do Brasileirão de 1977. O ex-goleiro, que faleceu nesta terça-feira, aos 87 anos, no Hospital Rio Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi o astro principal de um elenco repleto de estrelas naquela histórica campanha que terminou com o Operário em 3º lugar, atrás apenas do São Paulo (campeão) e do Atlético Mineiro (vice-campeão). Quase invencível no gol ao longo da sua carreira no futebol, ele foi vencido na luta que travava contra um câncer na próstata.
Goleiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, Manga também foi ídolo de grandes clubes do Brasil, como Botafogo, Internacional e Grêmio, e do Nacional do Uruguai. Quando chegou em Campo Grande, já com 40 anos de idade, ele trazia no currículo os títulos de campeão da Taça Brasil de 1968, do Torneio Rio-São Paulo de 1962, 1964 e 1966, do Campeonato Carioca de 1961, 1962, 1967 e 1968, todos pelo Botafogo; da Taça Libertadores e do Mundial Interclubes de 1971 pelo Nacional do Uruguai, do Campeonato Brasileiro de 1975 e 1976 e do Campeonato Gaúcho de 1974, 1975 e 1976 pelo Internacional de Porto Alegre.
Natural de Recife, no Pernambuco, Manga completaria 88 anos de idade no dia 26 deste mês. Ele foi um goleiro que fez muita história por onde passou, mesmo que durante apenas uma competição, como no Operário de Campo Grande. Sua representatividade para a posição é tamanha que a data de seu aniversário, 26 de abril, foi escolhida pela Fifa como o "Dia do Goleiro". Manga jogou profissionalmente até os 45 anos e encerrou sua carreira no Barcelona de Guayaquil, do Equador.
