Obra "empacada" do estádio Morenão gera incerteza para jogos da série D
De acordo com Marcelo Miranda, a direção da Fapec se comprometeu a acelerar a obra
Frustrada a previsão da reforma de R$ 9,4 milhões terminar em dezembro, o Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, deve ficar parcialmente pronto em maio, mas o ritmo da obra está em situação crítica, conforme imagens enviadas ao Campo Grande News. Neste passo, os times da Capital – Comercial e Operário - seguem jogando no Estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas. Já competições nacionais podem migrar para estádio de Rio Brilhante.
No pacote de investimentos, estavam incluídos banheiros, parte elétrica, acessibilidade e combate a incêndio e pânico. A verba foi repassada pela administração estadual para a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura). O estádio fica localizado no campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.
A reportagem solicitou dados à fundação sobre o quanto da obra foi executado, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
Já ao governo do Estado, a fundação informou que a primeira parte, que contempla a reforma de banheiros para o público e vestiários, está mais de 80% concluída. O valor aproximado é de R$ 3 milhões.
“No que diz respeito ao restante do projeto de reforma, há a necessidade de adequação e aprovação do termo de referência para dar início ao processo licitatório. Consolidado isso até o final de fevereiro e, posteriormente, com todo o trâmite de licitação concluído, a partir daí é prudente prever a conclusão da reforma do Estádio Universitário Pedro Pedrossian (Morenão) em até quatro meses”, diz nota da Fundesporte (Fundação Estadual de Esportes).
Titular da Secretaria Estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Marcelo Ferreira Miranda afirma que o governo repassou o total de R$ 9,4 milhões e, ao término da reforma, recebe a prestação de contas final. Com dados sobre o percentual de execução monitorado pela Fapec. O secretário, que tomou posse em janeiro, relata que foi ao Morenão em dezembro.
Eu, de certa forma, fiquei frustrado, em que pese entender o tamanho da obra e que os projetos originais são antigos. Havia o compromisso de estar parcialmente pronto para o campeonato estadual. O Operário vai disputar o Brasileiro, a Copa do Brasil e não tem onde jogar”, diz.
De acordo com Miranda, a direção da fundação se comprometeu a acelerar a obra. “Nos garantiu que vai concluir os vestiários para que possa ter a liberação parcial”.
No dia 11 de janeiro, a menos de duas semanas para o começo do Campeonato Estadual de Futebol, a reportagem visitou o canteiro de obras. Eram duas partes do projeto de revitalização do local em andamento. Uma envolve a construção de duas rampas de acesso e espaço para museu na parte inferior. A outra é no setor das arquibancadas.
Na ocasião, o gramado não tinha condições de jogo e as traves estavam sem as redes. Os acessos ao campo estavam com entulhos e as rampas estavam na fase de nivelamento. Os banheiros e algumas paredes próximas ao fosso foram demolidos.
A expectativa é de que o maior estádio universitário da América Latina receba, mesmo que com capacidade reduzida, jogos do Operário Futebol Clube, que disputa do Campeonato Brasileiro Série D, competição que tem início previsto para o dia 30 de abril.
O Morenão foi construído em 1971, no campus da então UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso), que mais tarde viria a se tornar a UFMS.
Ninho da Águia – Presidente do Operário Futebol Clube, Nelson Antônio da Silva afirma que a preocupação é grande, diante do iminente começo das competições regional e nacional, como a Copa Verde, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Série D.
“Os jogos da Copa Verde e da Copa do Brasil são no período noturno e o Estádio Jacques da Luz não tem iluminação. Caso o Morenão não fique pronto, a opção é jogar no Estádio Ninho da Águia, em Rio Brilhante”, diz.