Palmeiras vence o São Paulo de virada, afasta crise e aumenta drama de rival
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Em um jogo emocionante, de duas equipes pressionadas e muitos erros individuais, o Palmeiras levou a melhor e venceu o São Paulo por 4 a 2, neste domingo, no Allianz Parque, resultado que pode dar um pouco de tranquilidade para Cuca e aumentar a crise tricolor, que passa mais uma rodada na zona de rebaixamento e ainda terá de superar mais uma derrota para um tradicional rival.
As duas equipes entraram em campo pressionadas e cientes de que uma derrota significaria duas semanas de tensão até a volta do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras se mostrou muito mais nervoso, talvez por estar jogando em casa. O São Paulo apostava nos contra-ataques e foi assim que conseguiu abrir o placar.
Sidão lançou, Cueva ajeitou de cabeça para Pratto passar e Marcos Guilherme bater na saída de Prass. Eram 12 minutos de jogo e o São Paulo abria o placar para silenciar o Allianz Parque.
Silêncio que se tornou tensão aos 22 minutos. Hernanes acertou uma joelhada na têmpora de Lucas Pratto e o são-paulino caiu no campo desacordado. Antes, vomitou e deixou todos no campo bastante preocupados. No desespero, atletas de ambos times chamaram a ambulância para levar o argentino, que ainda no gramado acordou e pareceu recuperado, mas mesmo assim foi encaminhado ao hospital para realização de exames. A torcida do Palmeiras, mesmo sendo rival, aplaudiu o atendimento dos médicos e a agilidade para o atendimento do adversário.
Os cinco minutos de paralisação não foram suficientes para a defesa palmeirense se organizar. Marcos Guilherme passou como quis e acertou uma pancada na trave. E, enfim, o Palmeiras acordou e percebeu que do outro lado também tinha uma defesa que não transmitia segurança.
Com dois gols relâmpagos, a equipe alviverde virou. Aos 35, Michel Bastos cruzou, Edimar tentou tirar de cabeça, mas não chegou na bola, que ficou livre para Willian bater cruzado e empatar. Três minutos depois, o atacante caiu pela esquerda, carregou a bola, passou por Jucilei e acertou um belo chute, sem chances para Sidão.
A virada parecia que seria o início de um placar ainda mais dilatado. Na base do chuveirinho, os cruzamentos para a área, o Palmeiras pressionava e não deixava o São Paulo passar do meio de campo.
Até que aos 51, Buffarini cruzou para a área, Hernanes se antecipou a Jean e Edu Dracena, matou no peito e quase no chão, chutou no contrapé de Prass: 2 a 2.
No segundo tempo, o confronto ficou bem aberto. Os dois times não mostravam muita qualidade tática. Iam mais na base das jogadas e erros individuais. No lado do São Paulo, Cueva erro quase tudo que tentou fazer, até ser substituído por Lucas Fernandes. Sidão também deu pelo menos três sustos. No lado alviverde, Jean era quem não estava em um dia muito inspirado.
Aos trancos e barrancos, as duas equipes iam para o ataque mais na base da vontade do que da organização. Muitos chutes de fora da área e lançamentos, em sua maioria, em vão ou que iam nas mãos dos goleiros.
Aos 22, Jean cruzou e Deyverson marcou, mas o árbitro marcou impedimento do lateral. A resposta tricolor aconteceu aos 29 com (mais uma vez) um rápido contra-ataque, que acabou nos pés de Hernanes bater forte e jogar para fora.
Logo em seguida, uma jogada que poderia resultar na virada do São Paulo acabou no gol do Palmeiras. Marcos Guilherme pegou a bola ainda no campo de defesa, partiu em velocidade e, mesmo tendo dois companheiros para tocar, contra um zagueiro do Palmeiras, preferiu fazer a jogada individual e perdeu a bola. Na sequência da jogada, Deyverson recebeu pela esquerda e tocou para Keno acertar uma bomba, sem chances para Sidão. O erro fez com que Dorival tirasse Marcos Guilherme na hora.
O terceiro gol fez bem ao Palmeiras. O time alviverde passou a segurar a bola e deixou que o São Paulo se afundasse em sua angústia de não conseguir deixar a zona de rebaixamento. E, aos 46, quando os visitantes se mandaram todo para o ataque, os mandantes ampliaram a vantagem. Willian, livre, cruzou para Hyoran dar um carrinho e mandar para as redes, marcando seu primeiro gol pelo clube. Festa alviverde e desespero tricolor na arena, que deixou o estádio aos gritos de "ão, ão, ão, segunda divisão", cantado pelos torcedores.
O bom resultado fez o Palmeiras chegar aos 36 pontos na quarta posição do Brasileirão, no qual agora só voltará a atuar em 9 de setembro, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. No mesmo dia, no outro jogo que abrirá a 23ª rodada, o São Paulo, que estacionou nos 23 pontos, receberá a Ponte Preta no Morumbi.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 4 x 2 SÃO PAULO
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Edu Dracena, Luan e Michel Bastos; Bruno Henrique (Keno), Tchê Tchê, Guerra (Hyoran), Moisés e Willian; Deyverson (Thiago Santos). Técnico: Cuca.
SÃO PAULO: Sidão; Buffarini, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Petros, Hernanes, Marcos Guilherme (Denilson) e Cueva (Lucas Fernandes); Lucas Pratto (Gilberto). Técnico: Dorival Junior.
GOLS - Marcos Guilherme, aos 12, e Willian, aos 35 e 38, e Hernanes, aos 51 minutos do primeiro tempo; Keno, aos 33, e Hyoran, aos 46 minutos do segundo.
ÁRBITRO - Sandro Meira Ricci (SC).
CARTÕES AMARELOS - Arboleda e Edimar.
RENDA - R$ 2.195.368,53.
PÚBLICO - 33.537 pagantes.
LOCAL - Allianz Parque, em São Paulo.