Torcida organizada pede saída de presidente do Operário e prepara ação judicial
Membros da torcida Esquadrão Operariano, com a participação de integrantes da Garra Operariana, fizeram protesto na manhã desta quinta-feira na praça Ary Coelho, região central de Campo Grande, para pedir a saída do presidente do clube, Tony Vieira, além de avisarem que vão recorrer ao MPE (Ministério Público Estadual) para cobrar transparência na prestação de contas do Galo.
O grupo afirmou que a manifestação de hoje é a primeira entre uma série prevista para ocorrer. As duas principais serão no dia 21 de agosto, quando o Operário completa 73 anos de fundação, e, a outra, no dia 11 de outubro, feriado da divisão do Estado.
“’Tony’ o que você tenta matar jamais irá morrer. O nosso amor pelo Galo”, dizia uma das faixas expostas na praça Ary Coelho. Nas ações nesta manhã, eles distribuíram adesivos com os dizeres: “chega de Ditadura e Incompetência! Fora Tony Vieira. O Galo é do Povo”, além de espalharem folhetos com o hino do time.
O presidente da Esquadão Operariano, Ricardo Braga, acusou Tony Vieira de manter uma administração “obscura”, em que os torcedores não têm acesso ao que acontece na diretoria. Ele também afirma que a atual administração não paga salários de jogadores e que, alguns deles, estariam sem receber há 15 meses.
O grupo também questiona a destinação da verba de patrocínio da marca Lupo ao time neste ano. “O Tony apresentou um balanço que gastou R$ 1,1 milhão em três meses, sendo que neste período não pagou salários de jogadores. O patrocínio da Lupo é de R$ 115 mil. Queremos saber como ele contraiu a dívida milionária”, comenta Rodrigo Lima, diretor da Esquadrão.
“A prestação de contas é irreal”, complementa. “Ano passado o Operário teve R$ 400 mil da Timemania. Como a dívida só cresceu?”, questiona.
A insatisfação dos torcedores em relação à prestação de contas é o motivo da ação que o grupo pretende ingressar no MPE. Eles argumentam que a transparência é um dos preceitos do Estatuto do Torcedores e vão acusar Tony Vieira de descumpri-lo.
Outra reclamação, segundo eles, é que a taxa de sócio-torcedor do Operário custa R$ 225. Para eles, é a maior prova que o clube não quer a torcida perto da administração.
“Queremos pelo menos um presidente que respeite o torcedor”, diz o presidente da Esquadrão Operariano, fundada em 18 de fevereiro deste ano.
Apesar de serem, em maioria, compostos por jovens, que não presenciaram as maiores glórias do Operário, Ricardo Braga afirmou que a nova torcida surge para respeitar a “velha guarda” de torcedores, mas com fôlego para protestar e cobrar melhorias.
Sobre o episódio que culminou no rebaixamento do alvinegro campo-grandense para a Série B do Estadual no ano que vem, o grupo mostrou mais indignação. “Este caso mostrou como o Tony é despreparado. Nisto o torcedor é o maior prejudicado. O Operário é bem maior que o Tony”, disparou Rodrigo.
Com o rebaixamento inevitável, o diretor da torcida espera que o clube “junte os cacos” e faça, ao menos, uma boa preparação para a Copa MS e a Segundona do Sul-Mato-Grossense em 2012.