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Eleitor de MS deu 73 mil votos a candidatos barrados

Anahi Zurutuza e Caroline Maldonado | 06/10/2022 06:00
Votos foram digitados nas urnas e confirmados, mas anulados depois. (Foto: TSE/Reprodução)
Votos foram digitados nas urnas e confirmados, mas anulados depois. (Foto: TSE/Reprodução)

Anulados sub judice – Em Mato Grosso do Sul, além dos 48 mil eleitores que decidiram votar em branco ou nulo e os 440 mil que não comparecer às seções de votação, 73.716 votos foram depositados em pessoas que tiveram as candidaturas barradas pela Justiça Eleitoral. Estes são os votos que foram digitados nas urnas e confirmados, mas anulados depois.

Números – Dentre os votos cancelados judicialmente, 49.615 foram dados a candidatos a deputado federal, 19.108 a quem pleiteava vagas na Assembleia Legislativa, 2.892 foram para Magno de Souza, candidato do PCO ao Governo, e 2.101 para Anizio Tocchio, candidato do Psol a Senador. E votar em candidatos sub judice (quando ainda estão tentando provar a validade das candidaturas) não é exclusividade do sul-mato-grossense. O eleitor brasileiro deu 3,8 milhões de votos a políticos que ainda têm registro sob análise da Justiça Eleitoral.

Reviravolta – Os votos anulados podem simplesmente ser “jogados fora”, mas também mudar o cenário político, como no caso da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O vereador Tiago Vargas (PSD) teve a candidatura indeferida por ter sido considerado inelegível, uma vez que foi demitido do cargo de agente de polícia, após Procedimento Administrativo Disciplinar. Agora, corre contra o tempo para validar os 18 mil votos que conquistou. Se conseguir derrubar decisão do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), como ele já dá como certo, provocará dança das cadeiras em duas casas legislativas.

Negociador – Advogado e deputado eleito pelo MDB do ex-governador André Puccinelli, Junior Mochi negocia adesão à campanha do Capitão Contar (PRTB). Ontem à tarde, esteve reunião com o candidato e a esposa, Iara Diniz, derrotada na eleição para deputada estadual. À coluna, foi sucinto: “Foi uma conversa protocolar”.

O valor – Mochi, que vai assumir seu quarto mandato na Assembleia Legislativa, fez campanha, no primeiro turno, para André Puccinelli, que ficou em terceiro lugar com pouco mais de 17% dos votos para o governo do Estado. Nos bastidores, a informação é de que o advogado negocia sua adesão e do ex-governador, em troca quer apoio para se eleger presidente do Parlamento Estadual.

Queda de braço – Ainda atordoado pelo fracasso nas eleições de domingo (2), o MDB estadual mede forças entre seus dirigentes para definir que caminho segue no segundo turno. Um grupo, incluindo prefeitos, quer o partido ao lado de Eduardo Riedel (PSDB), e o outro liderado pelo ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos, prefere Contar.

No escuro - Iniciativa da Câmara de Vereadores, a instalação de geradores de energia elétrica em unidades de saúde de Campo Grande que possuem centros cirúrgicos, e que não podem sofrer interrupção, foi vetada pela prefeita Adriane Lopes (Patriota). A alegação é que o município não tem dinheiro e que não é competência do legislativo. O autor do projeto é o vereador Roberto Santana, o “Betinho” (Republicanos).

Mea-culpa – Depois de propagar postagem xenofóbica nas redes sociais para criticar o Nordeste, região responsável pela vantagem de Lula (PT) contra Bolsonaro (PL) no primeiro turno, o pastor Jeosafa Brito pediu perdão à comunidade nordestina de Coxim. Em nota distribuída pelo WhatsApp ele admite que errou ao compartilhar mensagem dizendo que nordestinos “mereciam voltar a carregar água em balde mesmo”, mas disse que não teve “a intenção de ferir, magoar, ser preconceituoso ou racista”.

Tratado – Moradores de toda a fronteira brasileiras podem passar a ter direitos especiais com a Carteira de Trânsito Vicinal Fronteiriço. Aprovado através de decreto legislativo, que tramitou sob a relatoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o documento permite a cidadãos brasileiros e paraguaios, que vivem em cidades fronteiriças, exercer, dos dois lados, direitos como o de trabalhar, receber atendimento médico gratuito e enviar os filhos a escolas públicas. Falta agora o presidente Jair Bolsonaro (PL) promulgar o acordo entre Brasil e Paraguai.

Agenda – Nesta quinta-feira (6), o candidato ao Governo, Eduardo Riedel (PSDB), passará o dia concedendo entrevistas, gravará programa eleitoral, se reunirá com apoiadores e equipe, além de participar de reuniões políticas. Já Capitão Contar (PRTB) não divulgou as agendas do dia.

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