Liderança petista reforça tese de armação contra senador
Armação I – Se o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recentemente reclamou de ter sido abandonado pelo partido e até pelo ex-presidente Lula, o mesmo não se aplica ao PT local. O presidente estadual petista, ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, assina embaixo da tese de que o parlamentar foi alvo de uma armação, desqualificando a gravação que resultou na prisão dele, em novembro passado, sob acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
Armação II – Em entrevista à Rádio Capital, ontem, Biffi diz que Delcídio tinha grande liderança política no cenário nacional, o que estaria incomodando algumas pessoas. Sem citar nomes, conclui que armaram para retirar o senador petista de cena. Para o ex-deputado, Delcídio cometeu um “ato falho” e a gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró registrou uma “conversa de boteco, que nem em filme seria possível acreditar nas coisas que foram ditas pelo senador”.
Armação III – Biffi reconhece, no entanto, que os fatos ocorridos com Delcídio e com o deputado federal Vander Loubet – investigado na Lava Jato – podem refletir no resultado das próximas eleições em Mato Grosso do Sul. Mas, a aposta é no chamado “eleitor cativo” do PT, com eventual entendimento de que o senador foi vítima de uma armação e tem histórico de bons serviços em favor de Mato Grosso do Sul.
Vantagem – O deputado federal Geraldo Rezende (PMDB) garante ter ampla vantagem dentro do diretório em Dourados na corrida para saber quem será o candidato do partido à prefeitura. O secretário douradense de Saúde, Sebastião Nogueira, é o outro nome apontado para a disputa. Pelas contas do parlamentar, é possível contar com pelo menos 40 dos 45 votos dos membros do diretório.
Com apoio – Resende diz, ainda, que já conversa com outros partidos para buscar aliança em Dourados, entre eles o PTB, PSD, PDT, SD, PSC e PEN. O parlamentar comenta que espera um bloco de aliados durante a eleição no segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul.
Sem apoio – Se depender da senadora Simone Tebet, o PMDB não apoiará o PSDB em Três Lagoas. Ela diz que não vê o deputado estadual Ângelo Guerreiro, principal cotado dos tucanos para a disputa, como melhor opção para comandar a segunda cidade que mais cresce em empregos no Brasil.
Silêncio – A Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária) não quer se pronunciar a respeito de denúncias e investigação de irregularidades em contratações, com dinheiro público, inclusive apontando casos de funcionários fantasmas. Para justificar o silêncio, a entidade avisa apenas que enviou informações solicitadas ao MPE (Ministério Público Estadual).
Convocação pós-mico – Depois do “mico” da semana anterior, quando aprovou a veiculação de publicidade em que um bilionário sul-africano figurava como policial civil em Mato Grosso do Sul, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis) convocou agentes a participarem da produção de fotos para uma nova campanha publicitária. Desta vez, reunirá policiais em uma delegacia em Campo Grande, na próxima quarta-feira, para produzir as imagens.
Sem prazo – Desde a semana passada, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), dá a mesma resposta quando questionado sobre a data de entrega dos kits escolares. As aulas já começaram, mas a Prefeitura ainda não concluiu a compra do material e sequer tem prazo para tal. “O quanto antes possível”, afirmou Bernal na manhã de segunda-feira (15). O kit inclui uniforme materiais a serem utilizados pelos alunos.
Mentiu – Bernal diz que Ronan Feitosa, ex-assessor da Prefeitura, mentiu em depoimento ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, na semana passada, ao declarar que trocava de cheques, prática que resultou em processo judicial, era para cobrir gastos da campanha política do então candidato a prefeito, em 2012. Segundo Bernal, todo golpista usa a mentira para encobrir os crimes que praticou contra a sociedade. Ronan prejudicou a administração pública e deve ser preso por isso, além de devolver o dinheiro que “surrupiou”, conclui o prefeito.
(com a redação)