Nem articulação de última hora freou aprovação de reajuste
Batalha perdida – Adriane Lopes (Patriota) perdeu a queda de braço com a elite do funcionalismo público municipal nesta terça-feira (28). A prefeita não queria enfrentar o desgaste de ter o salário aumentado em 66% – de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil – ainda neste mês, mas vereadores foram “forçados” a aprovar projeto de lei para legalizar aumentos salariais cobrados por categorias como procuradores e auditores fiscais.
Pressão – Durante a sessão, o líder da prefeita, vereador Beto Avelar (PSD), tentou dissuadir os colegas a aprovarem apenas projeto que prevê reajustar o salário do chefe do Executivo para R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025, mas não teve jeito. A todo momento, representantes da elite dos servidores (grupo de cerca de 500) que serão diretamente beneficiados com o aumento da remuneração do chefe do Executivo pressionam os parlamentares pela aprovação do privilégio. A alegação era de que estão há 12 anos sem reajuste e com os salários defasados em 115%.
Última cartada – Até o deputado estadual e marido da prefeita, Lídio Lopes (Patriota), entrou na jogada e ligou para parlamentares pedindo para que a Câmara não aprovasse o aumento imediato ou adiasse a discussão. Mas, a articulação de última hora não surtiu efeito. Os vereadores ignoraram os apelos.
Mão na massa – O presidente da Câmara de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), desceu da Mesa Diretora e foi ao plenário para garantir que os projetos de reajuste fossem aprovados. Ele disse que fez questão depositar o próprio voto, pois se tratava de tema delicado e compromisso feito no ano passado com os servidores que dependem do aumento do teto do funcionalismo para ter reajuste. “A Câmara tem um compromisso com todos os servidores da Prefeitura e nossa preocupação é fazer as coisas dentro da lei, de maneira correta”, argumentou.
E agora? – Os projetos de lei 10.837/23 e 10.879/23, ambos de autoria da Mesa Diretora da Câmara, que tratam dos salários do prefeito, vice, secretários municipais e dirigentes de autarquias, foram aprovados. Agora, cabe Adriane Lopes decidir se coloca em vigor os aumentos salários. Ela tem o poder de veto.
Poliglota – O governador Eduardo Riedel (PSDB) “gastou todo o seu inglês” em São Paulo (SP) durante agenda desta segunda-feira (28). Ao sair do restaurante Salve Jorge, na Vila Madalena, um turista estava perdido e contou com a ajuda do tucano. A conversa informal foi registrada como bastidor da viagem. Riedel explicou como o norte-americano poderia chegar ao endereço que buscava e emprestou o próprio celular para o turista tirar uma foto do mapa que estava na tela dele. Para quem não sabe, o governador do Estado sabe falar inglês fluente, além de saber espanhol, francês e ser iniciante em guarani.
Apropriação cultural – A capa de um caderno distribuída aos alunos da Rede Municipal de Ensino de Dourados é a polêmica da vez. Na imagem, várias crianças brancas vestidas de indígenas motivaram discussão sobre o erro do prefeito Alan Guedes (PP) em distribuir material contendo a atualmente condenada apropriação cultural, justo na cidade com maior número de originários em Mato Grosso do Sul. “Indígena não é fantasia”, protestou o professor Tiago Botelho (PT), que faz oposição ao prefeito.
Explicação – A apropriação cultural acontece quando grupo dominante se apodera de uma cultura inferiorizada e assim, esvazia os significados de rituais, tradições, vestimentas, símbolos. Mas, por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Dourados explicou que “as imagens de crianças brincando foram registradas durante a 1ª edição do Remefest (Festival da Rede Municipal de Ensino) que ocorreu em outubro e novembro de 2022” e que “durante um mês de eventos, milhares de crianças se apresentaram no palco do Teatro Municipal de Dourados com temas variados, envolvendo dança, teatro e outras performances. Todas as apresentações tinham cunho cultural, educacional e artístico”.
Eleição – Beneficiários da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul) foram convocados para votar na eleição que definirá a Presidência do convênio. Ao todo, são esperados 50 mil eleitores. Serão 136 seções de votação em unidades de atendimento da Cassems do Estado.
17 anos – Neste ano, apenas uma chapa está na disputa, a “Cassems de Todos Nós”. O grupo é encabeçado pelo atual presidente Ricardo Ayache, e seus respectivos vice-presidentes, Ademir Cerri e Alexandre Júnior Costa. Ayache está no comando do plano de saúde desde 2010 e como lidera chapa única, continuará no cargo pelo menos até 2027.