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Jogo Aberto

Os 26 minutos entre o sonho da casa e a realidade da lona

Waldemar Gonçalves | 11/03/2016 06:00

Coisas boas – O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), deve amanhecer na favela Cidade de Deus nesta sexta-feira (11). Vai, conforme fontes próximas a ele, anunciar “muitas coisas boas” para os moradores, que estão em processo de remoção para outras áreas.

Minutos contados – A ordem para suspender a mudança das famílias, ontem, durou apenas 26 minutos. A precisão temporal é do próprio desembargador Paulo Alberto de Oliveira, a quem não restou alternativa além de extinguir o recurso, mantendo a desocupação a pedido da Prefeitura, instantes depois de reunião com defensores dos moradores. Ele mesmo, no despacho, ainda ressalta a “diligência até o momento não vista” no caso. Em outras palavras, impressionante como o município pode ser rápido se isto o interessar.

Deu a dica – Ao homologar a desistência do recurso, no entanto, o magistrado manteve apenas um item de sua decisão de minutos antes que, teoricamente, pode ser a dica para nova tentativa de interromper a remoção das famílias. Com a palavra, o próprio: “ante a relevância da questão, com consequências sociais e coletivas que extrapolam o objeto da ação, comunique-se também o Procurador-Geral de Justiça, a fim de que avalie, se for o caso, a necessidade de adoção de providências no âmbito das atribuições do MPE/MS”.

Próximos capítulos – A novela – termo que cabe não só pelo enredo trágico e dramático das famílias, como pelas reviravoltas nos tribunais – da Cidade de Deus ainda está longe do fim. A ver, por exemplo, pela citação da defensora pública Olga Lemos Cardoso de Marco sobre a situação: “onde já se viu desalojar famílias de barracos para jogar em uma tenda de plástico?”. Segundo ela, a forma como a Prefeitura faz a remoção não cumpre o combinado com a Justiça anteriormente.

Novidade eleitoral – O PR (Partido da República) trabalha com um projeto que pode mudar o cenário eleitoral de Campo Grande. Baseado em pesquisas qualitativas, o partido defende candidatura de um empresário e pode ter adesão das duas maiores legendas do Estado, PSDB e PMDB.

O perfil – Com a desistência de Ricardo Ayache (PSB), presidente da Cassems, e a divisão da família Trad, com as candidaturas de Nelsinho (PTB) e Marquinhos (PSD), dirigentes do PR enxergam uma estrada pavimentada para alguém novo, bem sucedido e, comprovadamente, competente administrativamente.

Curto e direto – Vinicius Leite dos Santos, advogado da Egelte, empreiteira que retomará as obras do Aquário do Pantanal, foi curto e direto quando questionado sobre o trabalho feito pela Proteco no tempo em que tocou o projeto. Disse que sua cliente não se responsabilizará por qualquer ato da Proteco na obra. Mas, descartou qualquer medida judicial em relação a isto, por enquanto.

Deixa pra ele – Em outros termos, o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB) afirma que pode até abrir mão de uma eventual candidatura à Prefeitura de Campo Grande caso seu irmão, Marcos Trad, de saída do PMDB rumo ao PSD, seja definido pré-candidato. O mais velho não quer provocar um racha na família.

Parcimônia – Mesmo com a palavra de que, pelo menos contra o irmão, Nelsinho não irá brigar, Marquinhos prefere tratar a possível candidatura com parcimônia. Postura mesma adotada quando questionado sobre a sua saída do PMDB e eventual mudança para o PSD. Aliás, o deputado tem feito mistério se irão mesmo ou não para o partido e prometeu surpresa para a manhã de sábado.

Se hay gobierno, soy carnaval – O protesto de domingo pela saída do PT do poder deve terminar em uma típica – e ligeiramente fora de época – folia. O show ao fim da passeata, na Avenida Afonso Pena, prevê bateria de escola de samba, grupo de sambistas e duplas sertanejas. A programação eclética não é à toa, se considerada a expectativa de 100 mil participantes. Na falta de abadá, terá camiseta com o slogan “Fora Dilma, Lula e o PT” por R$ 20 cada.

(com a redação)

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