A religiosidade vai para a fachada em casa na rua Euclides da Cunha
Quando a religiosidade é algo realmente exercido, os sinais estão pela casa toda. Na minha família, por exemplo, todo ano meus pais surgiam com um santo, depois a imagem de Nossa Senhora, um calendário com símbolos do cristianismo, um relógio com a figura de São Sebastião...É a casa falando sobre quem vive nela, apesar de parecer cafona para muitos.
Dia desses, andando pela Euclides da Cunha, no Jardim dos Estados, percebi a religiosidade na fachada, de uma maneira simples e autentica, uma manifestação do gênero, mas de bom gosto.
É o detalhe em meio à arquitetura padronizada da cidade, que surpreende o andar de quem está acostumado a ver tudo muito parecido pelas ruas.
Antes de bater a campainha, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, desenhada em azulejos, é a indicação certa de que naquele lugar mora uma família católica e com alguma história para contar sobre aquela ideia no muro de entrada.
A lembrança volta há 61 anos, quando o produtor rural José Roberto nasceu com o cordão umbilical enrolado ao pescoço. “Quase morri enforcado. Então minhas tias rezaram muito para Nossa Senhora de Fátima e me consagraram para a santa”, conta.
Foram anos de devoção, missas, orações...Mas a principal homenagem só ocorreu há 7 anos, quando em uma viagem a Portugal, ele e a esposa encontraram os azulejos, na terra da santa, em Fátima. “Além de praticar a fé, senti a vontade de retribuir o que ela já fez por mim”, justifica.
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