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Arquitetura

Capelinha em fazenda abriga história de família e lenda sobre “chuva”

Fazenda que ganhou as redes sociais neste ano por causa da "chuva fake" tem capelinha da década de 90 e história engarrafada

Thailla Torres | 07/12/2020 06:05
Capelinha entre árvores é fruto dos sonhos da proprietária (Foto: Marlova Mioto)
Capelinha entre árvores é fruto dos sonhos da proprietária (Foto: Marlova Mioto)

Não há requinte. E é justamente a simplicidade que encanta no lugar, garante a proprietária Célia Aparecida Zanetti, 66 anos, ao falar da capelinha de sua propriedade Santa Bianca, na região de Miranda, que neste ano ganhou as redes sociais com um vídeo de “chuvarada” em tempos que a região “suplicava” por um pingo d’água.

O vídeo, claro, era antigo, e acabou sendo compartilhado sem que Célia esperasse. Tempos depois a chuva veio, e junto dela a história da capelinha que a dona fez questão de contar ao Campo Grande News.

As cores vivas e as duas imagens dentro da capela dão vida ao lugar que existe há quase três décadas, e guarda bem as memórias de uma família cheia de fé.

Guarda também lendas sobre chuvas. "O pessoal fala que aqui chove mais porque as pessoas rezam mais na capela, com muita fé. A gente sabe que chove o normal, né. Mas cada um tem sua fé e isso ninguém tira. O que me comove é saber que a capelinha sempre faz bem a quem entra dentro dela", diz Célia.

Capelinha é lugar de orações, mas também de admiração de quem visita.
Capelinha é lugar de orações, mas também de admiração de quem visita.

Construída pela proprietária e o ex-marido na década de 90, quando adquiriram a propriedade, que anos mais tarde ficou para Célia na partilha da separação conjugal, a capelinha é fruto de um sonho dela, inspirada no costume do avô paterno, um homem que sempre construiu capelas.

Até poucos meses, a capelinha estava com tons mais desbotados, e foi Célia quem pintou sozinha o lugar de branco e azul, para trazer mais vida ao espaço, com pedido especial.

“Essa foi a terceira reforma, e eu pedi que daqui 30 anos, quando eu tiver com 96 anos, que Deus me conceda a graça de pintar novamente a capela”, diz.

A capelinha chama-se Santa Cecília, em homenagem ao nome da segunda neta, Cecília, assim como o nome da propriedade que homenageia ao da primeira neta.

Lugar foi reformado e pintado recentemente pela própria dona.
Lugar foi reformado e pintado recentemente pela própria dona.

Quase um hábito em fazendas, as capelas envolvem muitas pessoas emocionalmente. E sempre foi assim com dona Célia, que nunca quis se desfazer da capela, mesmo com pouco movimento nela nos últimos anos.

“Sou filha de italianos, pessoas muito cheias de fé, e venho de um avô paterno que construiu capelas. Ela já abrigou missas, festas, encontros e terços. Hoje, recebe pouca gente, mas toda vez que alguém chega nela, se emociona”.

Dentro da capela, no altar, há uma garrafa lacrada com todo histórico da fazenda e da capela, assinada por pessoas religiosas, familiares, funcionários e alguns visitantes. “Foi a forma que eu encontrei de eternizar a história da capela tão significativa”, explica.

O espaço para orações agora também tem cores novas e muitas arvores em volta. “Agora estou com projetos novamente para a capelinha. Pois quem vem à Santa Bianca sempre é levado à capela, independentemente da religião. Ali é um cantinho para acolher todos”.

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Lugar já recebeu festas religiosas e muitas orações.
Lugar já recebeu festas religiosas e muitas orações.
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