Estrutura de peroba e telha francesa resistem há 50 anos em bar do Guanandi
Imóvel foi erguido por Argemiro Pereira Silva na década de 1970 e está no terceiro dono
O primeiro boteco construído no Guanandi I, na esquina da Rua Parecis com Vitor Pace, se aproxima dos 50 anos, com a mesma estrutura e telhado. O imóvel foi erguido por Argemiro Pereira Filho, um dos primeiros moradores da região, na década de 1970, e mesmo em posse do terceiro dono ainda funciona como bar.
É fácil perceber o velho molde do bar, principalmente, ao entrar no espaço de 30 metros quadrados. As vigas antigas seguram as telhas francesinhas, modelo que já foi auge da construção.
A única coisa que mudou no imóvel foi a parte inferior da parede, cortada e reforçada com estrutura em cimento. “A parte de baixo foi apodrecendo com o passar dos anos e teve que ser reforçada. Quando chove forte, molha em algumas partes porque muitas vigas arrearam. O piso é o mesmo também, só recebeu o vermelhão”, explica o atual proprietário, Ciro Santana Teodoro, de 57 anos.
O dono anterior e responsável pela construção, chegou ao bairro vindo de uma fazenda em Corguinho. No passado, o espaço era usado para casa e bar. A área atrás do balcão separada por uma parede abrigava um quarto.
Depois de passar por Argemiro, o imóvel foi comprado por Valquírio e hoje está com seu irmão Ciro. “Estou à frente do comércio há mais de sete anos, desde que meu irmão faleceu. Ele trabalhou aqui por 30 anos”, frisa.
Ciro e seus 14 irmãos moravam na chácara do Pimenta, atrás do Bairro José Abrão. Como a escola da região só oferecia classes até a 5ª série, do Ensino Fundamental, o pai decidiu se mudar para a cidade. “Chegamos no bairro em 1979. Hoje cada irmão foi para um lado”, frisa Ciro.
As recordações não se limitam à estrutura. O balcão com vitrine embutida, lembra antigos armazéns, nostalgia pura. O bar também tem jukebox e uma mesa de sinuca.
As pingas mais vendidas também mudaram. Em princípio, Ciro revela que a mais vendida era a 3 Fazendas e Oncinha. O auge passou e entrou em cena a 51. Hoje, a queridinha é a Jamel. “De todos as destiladas, a única a resistir todos esses anos nas vendas é cachaça da marca Pitú”, garante.
Muitas pessoas chegaram, partiram e o bar acompanhou o desenvolvimento do bairro. “O pessoal comenta que é antigo. E eu acho legal. E como está conservado eu nem penso em mexer ou reformar. É uma tradição”, finaliza.
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