Fachada colorida chama atenção para casa que virou peça de arte
Desde que superou crise depressiva fazendo artesanato há 11 anos, Rosângela se refugia nas produções
Há 11 anos, quando passava por uma crise depressiva, Rosângela Cacho Amador descobriu o artesanato como solução para se recuperar e encontrar novos caminhos. Desde então, ela se refugia nas produções artísticas e, com as restrições geradas pela pandemia de covid-19, se viu sendo salva mais uma vez pelas artes. Foi assim que até sua casa se transformou em uma peça de arte por completo na Vila Rica.
De 2020 para cá, o azul tomou conta do muro em conjunto com ilustrações, a calçada deixou de ser cinza e ganhou o amarelo, enquanto o portão se tornou uma das partes mais coloridas da fachada.
Unindo os espaços cheios de cor aos mais variados objetos produzidos por Rosângela, o lar que costumava ser apenas uma residência se tornou o Ateliê Casa da Arte.
“Se não fosse a arte, eu teria surtado com a pandemia. O que realmente me ajudou foi cuidar e transformar a casa”. Aos 51 anos, Rosângela é responsável por cada criação executada no espaço, desde os muros até as telas pintadas.
Artista plástica, ela conta que se conectou com as produções quando ainda morava em Jardim, interior de Mato Grosso do Sul, e sentiu que precisava mudar os rumos de sua vida. “Eu tive uma crise depressiva, porque ia fazer 40 anos e queria ter algo a mais, na época, eu era dona de casa”, conta.
Nesse período, a artista ganhou uma telha decorada de uma amiga e ficou apaixonada pelo objeto. Pouco tempo depois, ainda passando pelo momento difícil, o casal se mudou para Campo Grande e Rosângela foi surpreendida pelo marido, que resolveu dar os instrumentos para iniciar a história com as produções.
“Comecei fazendo caixinhas de MDF, telhas decorativas e entregando alguns pedidos. Fazia tudo num quarto e as pessoas foram gostando. Busquei mais conhecimento, fiz cursos online e me descobri na profissão”, diz.
Desde então, as produções artísticas de Rosângela foram ficando cada vez mais variadas. Pinturas em muros, telas e peças de gesso, filtro dos sonhos, artesanatos com caixas e até decoração de objetos, como cadeiras, fazem parte de seu “catálogo”.
Antes de transformar a própria casa em ateliê, a artista já havia passado por dois endereços na Capital. Conforme ela conta, o último espaço seguiu aberto até o começo da pandemia, mas precisou ser deixado no passado conforme as restrições foram aparecendo.
Inspirada pelos resultados na casa, Rosângela conta que tanto a produção dos itens quanto as aulas significam ajudar a si mesma e apoiar a transformação de outras pessoas que possuem trajetórias parecidas com a sua.
“Geralmente, quem chega aqui está passando por um momento difícil, então eu conto minha história e as pessoas se identificam. As pessoas chegam aqui e falam que sentem uma energia boa.”
Além de produzir os objetos, ela também dá aulas de artesanato e pintura há alguns anos. E de acordo com a artista, precisar interromper o contato com seus alunos foi uma das partes mais difíceis da pandemia.
“Se não fosse a arte, eu teria surtado com a pandemia. O que me ajudou foi cuidar da casa, porque eu sentia muita falta dos meus alunos. No início, eu não queria trazer o ateliê para cá, porque achei que não fosse dar certo, mas com o desenrolar do tempo, vi que dava para usar o espaço e se adequar”, detalha.
Assim, o que começou com algumas paredes pintadas com cores diferentes, se transformou em uma reforma artística completa na casa. Todos os espaços receberam novos tons e objetos, assim como novos significados.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Rosângela, confira sua página no Instagram, @casadaarteamador.
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