Fachada da casa de José mantém pedaço de carvoaria da década de 40
Painel de porcelana original na entrada foi preservado e arquiteto acredita que seja um dos últimos
No Bairro Amambaí, a fachada rosada da casa do arquiteto José Simabucuro, de 70 anos, é lembrança do que foi uma carvoaria dos anos 40. “Tive que fazer uma reforma. Pintei, porque a pintura anterior estava descascando, mas a estrutura e a fachada é original. Os detalhes em pedra são daquela época também”, detalha.
José conta que adquiriu a casa há quatro anos. Escolheu a propriedade pela localização, mas como valoriza os prédios históricos, manteve o que conseguiu da fachada original.
Logo na entrada, um painel com pastilhas coloridas e de porcelana vazada também faz parte da estrutura original, conforme José. “Eu mesmo nunca mais vi um desses painéis aqui na cidade”, ressalta.
José já é arquiteto há quase 40 anos. Acumula uma carreira também com outras formas artísticas, como desenho e arte em cerâmica e viveu uma década em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Agora, trabalha com decoração.
Pelo terreno, vários vasos decorativos fazem parte dos ambientes. Também na entrada, um vaso em formato de peixe é importado da Tailândia. “Esse daqui fez parte da primeira mostra Casacor em Campo Grande”, relembra.
Sobre todo histórico da casa, José diz saber pouco além da informação de que ali funcionava uma carvoaria. Ainda conforme ele, a instalação deve ter funcionado até mais ou menos a década de 70.
“Mas esse tipo de casa quase não tem mais. As paredes são espessas, porque antigamente, os tijolos eram empilhados de uma forma que ficavam entrelaçados. Uma coluna dessa foi feita com cimento. Isso não se encontra mais hoje em dia”, reforça.
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