Irmãs campo-grandenses disputam compra de prédio na Itália por 1 euro
Imóvel foi construído em 1900 e irmãs querem reformar casarão para levar o nome do Pantanal à Itália
As irmãs campo-grandenses Paula Magalhães e Bruna Bortone se mudaram para Itália há pouco mais de um ano e hoje vivem uma emoção. Elas podem ter a chance de comprar um imóvel do ano 1900 por apenas 1 euro. Isso mesmo, se forem aprovadas em um edital italiano que garante essa compra, as duas terão um casarão antigo que vai se tornar um cantinho para a família e um ambiente para abraçar cultura.
Nesta semana elas divulgaram o projeto nas redes sociais para contar com o apoio dos amigos e, quem sabe, conquistar parcerias para realização do projeto caso ele seja aprovado na Itália.
Paula explica que o projeto das casas de 1 euro é muito comum na Itália. “Como é um país muito antigo, tem várias regiões abandonadas. São chamadas de borgo e geralmente moram ali apenas pessoas idosas, então as prefeituras desses locais, visando revitalizar e movimentar novamente a economia do local, propõe essa possibilidade de comprar uma casa pelo valor simbólico de 1 euro.
Para participar elas seguem uma lista longa de requisitos, que envolvem desde ter uma empresa ou comprovar a possibilidade de investimento no país, ser cidadão italiano com residência na Itália até desenvolver um projeto preliminar que explique o novo uso da habitação e tudo que será agregado ali dentro.
Se aprovadas, é necessário o projeto definitivo de reestruturação do imóvel, levantamento dos custos totais da obra e plano de execução. E mais do que isso, apesar da compra da casa ser feita por apenas 1 euro, as meninas ainda vão desembolsar uma grana alta para realização de todo o projeto.
“É necessário, por exemplo, declarar em documento firmado caução de mil euros, garantindo que serão feitas todas as etapas do processo. Além disso, todas as autorizações e aprovações de projeto perante a prefeitura para iniciar a obra são por nossa conta. Nesse caso também precisa ter um técnico responsável como um arquiteto ou engenheiro. E quando aprovado, o comprador arca com todos os custos de cartório para a transferência e posse do imóvel. E por fim, deve se responsabilizar de executar a obra no prazo máximo de 1 ano”, detalha Paula.
Ou seja, o valor de 1 euro é simbólico, visto que todos os custos são pagos pela pessoa que consegue a concessão do imóvel, principalmente a reforma dele inteiro.
“Tem muita gente que fala que seria muito mais vantajoso comprar uma casa que já está em boas condições habitacionais, mas eu como arquiteta penso que é muito incrível e bem mais interessante comprar uma casa antiga e ali fazer uma reforma tentando conservar ao máximo a sua história do que simplesmente comprar uma casa bonitinha que não terá muitos desafios a seguir”, destaca.
A cidade que Paula e Bruna escolheram para participar do edital se chama Taranto, fica na região da Puglia, sul da Itália. As casas são localizadas em uma espécie de ilha, denominada “Città Vecchia”, cidade velha. “Como o próprio nome diz é uma parte da cidade que com o passar dos anos foi ficando um pouco abandonada, tem muita coisa funcionando ali ainda, como bares, restaurantes e hostels, mas eles querem dar nova vida para essa região, por isso, escolheram sete casas para fazer essa primeira leva do projeto de revitalização do sistema sócio econômico”, explica.
Há casas de 27 m² até 300 m². O edital informa o local, as medidas externas e mais ou menos como elas se encontram. “Nós fomos corajosas e escolhemos a maior casa do edital, são 300 metros quadros, distribuídos em três pavimentos de 100 metros quadrados cada”.
“Escolhemos essa pois o que queremos fazer ali dentro precisa de espaço. A casa fica aproximadamente uma quadra do mar, então teremos uma quase vista da praia”, acrescenta Paula.
O projeto foi feito com base no que Paula e Bruna imaginam que há dentro. “Pois a casa é tão velha que todas as suas aberturas foram fechadas por pedras e cimento. Mas nós tínhamos bem claro o que queríamos e, por isso, não foi difícil definir os espaços.
O projeto – No primeiro pavimento as irmãs pensaram em um espaço de entretenimento, galeria de arte com exposições de artistas, fotógrafos, artesanatos, bar e espaço para reuniões de trabalho, coworking.
No segundo, haverá um um mini hostel, que na Itália é chamado de B&B (bed and breakfast), que são quartos com banheiro em que as pessoas reservam para passar uma noite ou mais.
O terceiro andar será reservado para a casa das irmãs e da mãe, quando ela conseguir se mudar para Itália, “que esperamos que seja logo”, diz Bruna.
Uma das poucas coisas que Paula e Bruna sabem é que o imóvel não tem telhado. “É desafiador, mas ao mesmo tempo muito certo de que vamos conseguir”, acredita.
A ideia também é ser sustentável, conservar o máximo da casa e mobiliar com móveis dos pequenos artesãos da cidade.
A casa que até já ganhou nome de “Casa Tropicale” dará visibilidade para o Pantanal e as irmãs dizem que vão buscar gerar uma conscientização ambiental.
“A ideia também é fazer um documentário contando a história dessa casa e de cada pessoa e parceiro que fizer parte disso tudo. Então nós estamos em busca de pessoas que queiram somar com a gente, artistas que queiram divulgar seus trabalhos na Itália, colaboradores que nos apoiem com materiais de construção e mão de obra, criadores, gente que tem ideias e queiram agregar nessa nossa saga”, destaca arquiteta.
Quem quiser apoiar Paula e Bruna podem entrar em contato com elas pelo Instagram @casa.tropicale.
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