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Arquitetura

José fez mais de 20 estátuas em casa para contar história da cidade

Quintal de casa foi transformado em museu com história da cidade e suas figuras importantes

Thailla Torres | 18/10/2022 08:37
Entrada do quintal tem estátua de Beliago, fundador de Coxim. (Foto: Sidney Assis)
Entrada do quintal tem estátua de Beliago, fundador de Coxim. (Foto: Sidney Assis)

Das lendas que correm de boca em boca à história de Domingos Gomes Beliago. Coxim, a 284 quilômetros de Campo Grande, tem o Museu Parque Temático do Pantanal, fundado em 13 de outubro de 2003 por um europeu apaixonado pelas esculturas, que decidiu usar a arte como ferramenta para ensinar.

O autor de todas as obras no museu é José Alves Branco de Correa, nascido em Andorra, que desde 1977 vive no Brasil e há mais de 40 anos mora em Coxim. Foi com intuito de mostrar sua arte e contar a história do município que ele decidiu fazer um museu no quintal de casa.

“É uma forma especialmente das crianças aprenderem facilmente História. Às vezes você fala, explica e depois ninguém se lembra do nome de pessoas importantes, mas as estátuas ajudam nesse aprendizado”, avalia José

Seu José mostrando representação do túmulo onde padre foi enterrado de cabeça pra baixo. (Foto: Sidney Assis)
Seu José mostrando representação do túmulo onde padre foi enterrado de cabeça pra baixo. (Foto: Sidney Assis)

A sequência de mais de 20 estátuas no quintal contam a história de Coxim. José começa pelo fundador da cidade, o Beliago, e segue contando histórias de contemporâneos até mitologias da cidade.

Uma das lendas mais antigas de Coxim é a de um padre enterrado de cabeça pra baixo, a narrativa também foi transformada em estátua pelo escultor. Tem ainda imagem de Nossa Senhora do Pantanal e homenagem a Zacarias Mourão,  poeta e compositor  de Pé de Cedro.

As estátuas são todas feitas com barro, matéria-prima que ele não troca por nada. Cada obra traz não só valor histórico, mas afetivo. O escultor aprendeu a arte com a mãe, que um dia aprendeu com o avô. A técnica passada de geração é motivação diária de José. “Sou um apaixonado pelas esculturas” afirma.

Há anos o local virou um ponto turístico na cidade e gesto de agradecimento. “Foi uma forma que eu encontrei de homenagear a cidade, que me recebeu tão bem”, explica.

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Chegada ao Brasil 

José conta que veio para o Brasil a convite de um italiano. Era 1977 quando desembarcou no Galeão, no Rio de Janeiro. Deu aulas de literatura, francês e seguiu com as esculturas.

Foi em um emprego como vendedor que ele conheceu Mato Grosso do Sul. “À época todo mundo me assustou dizendo que tinha jacaré, onça e animais pelas ruas.  Foi assim que me apaixonei, pesquei, fiz parque temático e várias estátuas. Minha casa é Coxim”, finaliza.

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