Nas mãos de Maria de Lurdes, qualquer coisa velha vira decoração
Na casa da artesão, aspirador de pó virou vaso e bicicleta virou jardineira para plantinhas
Nas mãos de Maria de Lurdes Bayerski, 59 anos, qualquer coisa velha vira objeto decorativo. Quem sai ganhando é a vizinhança do Bairro Vila Margarida e também os inquilinos que alugam algumas de suas salas. Basta passar pela rua, que a pessoa se depara com a bicicleta que virou jardineira, o aspirador de pó que virou um vaso em formato de xícara para receber mudas de sálvia.
Cada peça na calçada ou dentro da casa passou pelas mãos e criatividade de Lu, como é conhecida na região em que mora há 19 anos. Porém, não é apenas ela que se diverte na decoração. Suas filhas também ajudam no processo, já que foram criadas nesse ambiente criativo desde pequenas.
“Já tive loja de artesanato e também de presentes em dois lugares aqui do bairro e sempre carreguei as meninas comigo porque eu queria elas perto para cuidar e acompanhar o processo evolutivo. Por aqui elas pintavam, brincavam e estudavam. Quando chegava cliente faziam pausas e conversavam com aqueles que queriam. Isso foi ótimo porque percebo que de certa forma contribuiu para educação delas e também na forma que se relacionam com as pessoas por aí”, comentou.
Ao entrar na varanda da casa tem um corredor cheio de peças decoradas de um jeito bem colorido. Há dois bancos por lá que muita gente tenta comprar, mas Lu não vende de jeito nenhum porque segundo ela é um objeto único. O encosto, por exemplo, é feito de cabeceira de camas velhas e a estrutura do assento foi montada com pedaços de madeiras.
A pia do banheiro é feita com bacia. O moedor de carne e muçarela virou vaso para receber flores. A lixeira da rua é feita com antena de televisão a cabo. Não tem como deixar de se encantar pelos detalhes. Para o ano e 2022 está com novo projeto. Reformou a varanda para vender seus artesanatos e também receber pessoas que tenham interesse em expor seu trabalho.
Além da decoração colorida, a artesã também tem um "dedo verde". Fã de plantas, tem várias em cada canto do terreno. Ela conta que sua calçada sempre recebe visita quando as árvores dão frutos. Duas vezes ao ano, a pitangueira enche e o que não falta é gente para colher.
“Tem uma vizinha que mora aqui por perto que até brinca que passa aqui para tomar o café da manhã antes de ir ao trabalho”, conta Maria de Lurdes. Questionada se ela se importa com isso a resposta é direta: “Não!”
Lu até costuma colher os frutos para separar em saquinhos e distribuir aos interessados. É o caso da aroeira que também fica na calçada e que foi plantada pela Prefeitura. Ela está carregada de pimenta rosa para dar e vender. “É ótimo para fazer um drink, colocar no peixe, no suco”, explica.
Os inquilinos que alugam suas salas não precisam se preocupar com a jardinagem, que fica inteira por conta de Lu. Isso já fica combinado até no contrato.
“Prefiro assim porque sei que vai cuidado do jeito que quero. Tem gente que quer passar roçadeira na grama, mas tem lugares que não dá. Tem árvores que precisam de um corte específico. Por isso eu mesma prefiro cuidar”, revela.
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