Se você não vê a hora de sair, alguma coisa anda errada na sua casa
Aplicar o conceito “casa viva” é ferramenta para levar conforto a espaços pequenos e desfrutar de boas sensações dentro de casa
Pensar no momento que o mundo está vivendo não se resume aos cuidados básicos de higiene e isolamento social afim de evitar o contágio do novo coronavírus, é também avaliar o que faz bem e pensar em mudanças dentro da própria casa.
Enquanto designer e consultor criativo, Douglas Raldi sugere que as pessoas comecem a aproveitar mais o próprio lar, seja ele compacto ou não, para diminui a vontade decepcionante de fugir de casa. “É importante que pessoas comecem a estruturar a casa de maneira que ela seja confortável. O trabalho em home office com certeza fez as pessoas pensarem nisso, mas é necessário colocar algumas coisas em prática”.
O que parece difícil se torna fácil à medida que se observa qual o lugar da casa dá mais prazer e desperta o lado criativo. Como mudar? Douglas responde. “O melhor é você escolher um lugar da casa onde há espaço para uma bancada ou mesa, e que você possa transferir todos os seu materiais do seu escritório (não precisa ser tudo), mas aquilo que é essencial para dar o suporte para continuar tralhando satisfeito”.
O home office não é só um espaço para o morador trabalhar, o ambiente também vem de encontro com a oportunidade em aproveitar a própria história. “A casa não é algo só para chegar e dormir. Em tempos de pandemia as pessoas começaram a explorar a casa no sentido de pensar qual a importância em estar dentro dela e se sentir bem dentro dela”.
Isso é garantido com o conceito de “casa viva” na decoração ou organização dos ambientes. E não tem nada a ver só com a presença do verde, é considerado vivo tudo aquilo que faz bem e tem a personalidade dos donos, como a xícara preferida que estava guardada há muito tempo e agora se tornou a decoração perfeita na mesa de trabalho. “É bacana olhar para aquela cadeira ou mesa guardada e começar a dar funcionalidade a elas. Usar um abajur que você não liga há muito tempo e garantir uma iluminação diferente no home office também é bacana”.
O consultor reforça a importância do reuso dentro de casa, uma vez que não há muitas lojas abertas e muita gente tem procurado economizar. “Às vezes, não é necessário gastar para transformar a casa. Mas sim olhar para o que tem dentro dela e pensar como esses objetos podem ser ressignificados”.
Deixar de ir ao trabalho e trabalhar dentro de casa muitas vezes parece difícil, por isso, a arquitetura e o design de interiores podem ser grandes aliados. “Basta um olhar para aquilo que o morador se sinta confortável”, sugere.
A empresária Lorrayne Rosa, de 28 anos, é do tipo que não dispensa uma boa decoração no estilo “faça você mesmo”, por isso, há 22 dias em isolamento, o home office se tornou uma prioridade. “Como estamos trabalhando em casa, o cantinho de trabalho precisar ser de inspiração, é uma forma que encontrei de me fortalecer para aguentar a quarentena”, explica.
Uma mesa com pé de máquina de costura virou apoio para o notebook, a agenda e os acessórios que ela não dispensa no dia a dia profissional. Ainda passeando por uma decoração nostálgica, ela optou por itens retrô, como quadro com desenho de vitrola, frigobar retrô, máquina fotográfica antiga e uma televisão do passado, além, claro, de uma plantinha para equilibrar o ambiente de cores quentes e trazer a sensação de frescor para dentro de casa.
A professora Pricielle Ferreira, de 30 anos, também escolheu uma parte da casa para ser o local de trabalho. Como a sala é o lugar preferido para se divertir, ela optou por trabalhar e estudar no quarto. “Quando quero descansar vou para a sala. Não sei para outras profissões, mas para professores, o trabalho online é muito maior e a ansiedade é enorme. E nada melhor do que montar um ambiente confortável”.
Com um quarto bem organizado e cores preferidas da poltrona à roupa de cama, Pricielle encontrou conforto para o preparo de aulas, revisões e elaboração de conteúdo.
Antes da quarentena, a atriz Ligia Prieto havia comprado 2 gibis do Cavaleiros dos Zodíacos, e estava cansada de olhar as mesmas paredes brancas. Então com cola e água refez o móvel da sala colando os desenhos do gibi, e pintou a parede com tinta azul que havia comprado há bastante tempo. O cantinho que mais parece cenário virou ambiente perfeito para os momentos de leitura e escrita.
Ligia não quis pintar a parede inteira para não ficar azul demais. Então criou outra forma de pintura. “Coloquei a tinta numa garrafa pet, e fui jogando-a na parede, e o desenho foi surgindo”, explica. Sobre mudanças, Lígia ainda ensina. “Não tem desculpa para não mudar as coisas de lugar. A quarentena tem me ensinado a ressignificar não só a mim mesma, como também a minha casa”.
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