ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 15º

Arquitetura

Vasos no portão guardam história de lar que viu bairro crescer em 60 anos

Das plantas a decoração, tudo foi pensado por Abadia e Milton quando rua era só terra

Aletheya Alves | 26/10/2022 06:40
De vasos até portão, cada detalhe da casa tem toque de Abadia e Milton. (Foto: Aletheya Alves)
De vasos até portão, cada detalhe da casa tem toque de Abadia e Milton. (Foto: Aletheya Alves)

Criando um portal na entrada da casa, dois vasos de plantas deixados por Abadia Gonzaga de Assis e Milton Pereira de Assis guardam as lembranças de uma história que começou há mais de 60 anos. Na Rua da Imprensa, desde as janelas até a “moldura” da casa viram o bairro crescer e são mantidos exatamente como a matriarca pediu.

Hoje, quem dá continuidade à vida na casa é Arilda Gonzaga de Assis, filha do casal, e Orlando Leite, seu marido. Dividindo sua história com a do lar, ela conta que mora por ali desde quando ainda só existia na barriga da mãe.

“Quando meu pai se tornou ferroviário, a gente não tinha casa para morar e aí eles levantaram aqui. Era tudo sem asfalto, tinha só terra. Agora isso aqui ainda vai continuar passando de geração em geração”, explica Arilda.

Sem os pais vivos, contar sobre a luta da família para conseguir ter uma casa ficou sob responsabilidade de Arilda. Se emocionando com cada lembrança trazida pelos móveis e objetos que se espalham dentro e fora da casa, ela explica que tudo foi feito graças a muito trabalho.

Plantas e cor da casa foram deixadas como herança para filha. (Foto: Aletheya Alves)
Plantas e cor da casa foram deixadas como herança para filha. (Foto: Aletheya Alves)
Fotografia de casal segue em lugar privilegiado no lar. (Foto: Aletheya Alves)
Fotografia de casal segue em lugar privilegiado no lar. (Foto: Aletheya Alves)

Na época em que as paredes começaram a ser levantadas, os outros vizinhos também se esforçaram por seus novos lares e ninguém imaginava que no futuro a região começaria a se tornar cada vez mais comercial. “Hoje muita gente se mudou, vendeu e aqui tem virado comércio. Os vizinhos antigos estão diminuindo bem”.

Sobre os detalhes de construção do lar, a filha detalha que a profissão dos pais não impediram que escolhessem com cuidado cada parte. Desde a estrutura da janela até a cor das paredes, tudo foi pensado para que a casa fosse um lugar convidativo para a família.

Mesmo sendo ferroviário, Milton decidiu que cada detalhe do novo lar teria seus pensamentos, incluindo a decoração arquitetônica. “Até a moldura da casa foi meu pai quem projetou. Tanto meu pai quanto minha mãe eram muito caprichosos, pensavam em tudo”.

Assim como Milton, dona Abadia também se dividia entre o trabalho e o carinho pela casa. Como a filha conta, Abadia era lavadeira e a cada roupa lavada conseguiu fazer com que o lar fosse aprimorado.

Arilda conta que até partes decorativas da casa foram pensadas pelo pai. (Foto: Aletheya Alves)
Arilda conta que até partes decorativas da casa foram pensadas pelo pai. (Foto: Aletheya Alves)

Na fachada, o portão de grades segue o mesmo desde quando a casa foi construída, assim como a porta principal que integra o quadro de janelas. Dalí, Arilda viu o bairro crescer, apresentou o marido para os pais e criou os três filhos.

Hoje, ela conta que seu principal papel é conservar as memórias dos detalhes deixados pelos pais. “As plantas eram da minha mãe, todas elas. Me lembro dela sempre falar que a gente precisava cuidar muito bem da casa para nada acabar. Agora faço isso e me emociono”.

Ao lado de Orlando, que aprendeu a também ter carinho pelo lar, Arilda narra que todos os sentimentos são de amor por manter as lembranças dos pais tão presentes. “Meu marido aprendeu a gostar de cuidar das plantas, meus filhos foram criados aqui e meus netos já moraram também. Tudo vai ficar para eles, então todo mundo vai cuidando”.

Hoje, Arilda e Orlando mantém vivos os ensinamentos deixados pelos pais da mulher. (Foto: Aletheya Alves)
Hoje, Arilda e Orlando mantém vivos os ensinamentos deixados pelos pais da mulher. (Foto: Aletheya Alves)
Janela acompanhou o desenvolvimento do Bairro São Francisco por mais de 60 anos. (Foto: Aletheya Alves)
Janela acompanhou o desenvolvimento do Bairro São Francisco por mais de 60 anos. (Foto: Aletheya Alves)

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias