Artista desenha com carvão os resquícios do tempo na arquitetura
Aos 22 anos, Sara criou série desenhando imóveis históricos de Campo Grande
O desenho e a criação sempre estiveram presentes na vida da artista visual Sara Welter, que carrega o nome artístico Syunoi. A mãe pintava telas, mesmo assim, ela diz que não se via como artista, até que em 2018, resolveu se jogar nos desenhos.
“No último ano do ensino médio, comecei a desenhar bastante e foi quando criei o Instagram. Comecei a pensar que a arte poderia ser uma possibilidade real na minha vida. Pintei meu primeiro mural em 2016 e foi uma aventura colocar um desenho pequeno num muro tão grande e foi seguindo esses caminhos que cheguei à faculdade de arte”, revela.
Em 2018, quando ela teve o resultado do Enem, se inscreveu para arquitetura e artes visuais na UFMS. “Escolhi artes e resolvi me mudar para Capital em busca de uma independência, e foi aí que comecei a me ver como artista” lembra.
E foi usando o carvão e o nanquim que ela criou a série “Resquícios do Tempo”, com desenhos para mostrar o que ficou nos lugares históricos de Campo Grande.
O primeiro desenho foi do Edifício José Abrão, localizado na Rua 14 de Julho. Construído em 1939, o local possui estilo Art Deco e foi considerado na época, o maior prédio da cidade. Foi o antigo Hotel Americano e segue em compasso de espera pelo tombamento definitivo como patrimônio da cidade.
O segundo é a Casa Glória, localizado também na Rua 14 de julho, é uma das lojas mais tradicionais da cidade, construída em 1956.
Confira a galeria de imagens:
O terceiro desenho da série é de um lugar bem abandonado, já pegou fogo e, atualmente, depois de muita briga, foi tombado como patrimônio histórico. Localizado na Rua 13 de Maio, foi casa de Ignácio Gomes, o primeiro maquinista da cidade que trouxe telefonia pra cá, foi construída em 1922.
O quarto e último desenho da série traz a primeira escola de Campo Grande, foi construído em 1919, como um armazém e adaptado para uma escola em 1927. Tombado como patrimônio em 1997. Também está em situação degradante.
A ideia com os desenhos, segundo Sara, é apresentar curiosidades e visibilidade aos monumentos históricos que construíram a identidade da Capital. “Pretendo continuar a série, pois tem muitos lugares a explorar”.
Agora, desenhando desde 2019, Sara sente que a arte inundou sua vida. “Não consigo me ver sem ela”, resume.
Quem quiser ver mais sobre o trabalho de Sara, pode acompanhá-la no Instagram.
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