Artistas vão para frente da prefeitura cobrar verba do FMIC e Prêmio Ypê
Plano é manter o protesto até que a prefeitura libere os recursos ou, pelo menos, converse com grupo
Trabalhadores da cultura em Campo Grande se reuniram em frente ao Paço Municipal para cobrar o pagamento do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) e lançamento do edital do Prêmio Ypê, ambos referentes ao ano de 2023. A mobilização começou no final da manhã desta segunda-feira (11) e reivindica, também, o repasse de R$ 6 milhões voltados para o setor da cultura, mas transferidos para outras secretarias no final de novembro, de acordo com o grupo.
Cerca de 20 pessoas levaram cartazes perguntando "Cadê o edital?", "S.o.s cultura" e "Os artistas são os verdadeiros protagonistas da cultura". O grupo exige esclarecimentos sobre o atraso no repasse aos artistas contemplados e a falta de informações sobre o prêmio. A expectativa é de que o protesto dure até a prefeitura atender os manifestantes.
A artista visual e membro do Coletivo Enegrecer, Erika Pedraza, se juntou à mobilização na manhã de hoje. Segurando uma placa com os dizeres "Exigimos a publicação imediata do edital", a artista reforça a importância do apoio do poder público à cultura.
"Para que a gente consiga promover os movimentos, a gente precisa muito desse apoio. Até o momento ninguém da prefeitura desceu para conversar, mas a gente aguarda posicionamento para resolver isso o quanto antes e da melhor forma", expressa Erika.
O músico e conselheiro Municipal do Colegiado de Música, Sal dos Santos, reforça que "é impossível viver apenas de música em Campo Grande" e se juntou ao protesto para representar toda a categoria. "O cenário da música independente em Campo Grande é muito precário, e os artistas que trabalham com isso necessitam de um apoio e repasse vindo da Secretaria de Cultura".
Entoando gritos de “prefeita, a cultura precisa de você”, o artista Tero Queiroz explicou que muitos profissionais do setor investem em projetos pessoais e também em projetos mais "robustos", que necessitam de uma estrutura maior e demandam um valor mais alto. Para isso, necessitam do apoio da prefeitura.
O que a gente vem reivindicar aqui é simplesmente o cumprimento do edital, o cumprimento da lei do sistema municipal. Então a gente vai vir hoje, vai vir amanhã e depois. A gente tá brigando para que seja executada uma coisa simples, o pagamento dos editais", explica o artista.
Conforme relata o artista, a expectativa era de que os editais fossem lançados até o mês de junho, e os pagamentos feitos até o final de 2023. Sem previsão de lançamento, a categoria cobra que seja publicado até o final de dezembro, para receberem em 2024. "Mas tem que lançar este ano, para entrar no orçamento do próximo [ano]", reforça Tero.
Além disso, o grupo argumenta quanto ao valor de R$ 6 milhões transferidos do setor da cultura, que segundo eles, foram repassados para outras secretarias. Dessa forma, a prefeitura não efetuou o pagamento através do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais). "Mudou a rubrica agora dia 20, colocando esse dinheiro em outro lugar que não a cultura", disse Queiroz.
A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande, através do e-mail, para questionar a respeito da publicação do edital e do pagamento dos artistas, e aguarda o retorno.
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