Artistas viajam 4 dias pelo Rio Paraguai em defesa da região da Serra do Amolar
Em plena Serra do Amolar em Mato Grosso do Sul, um grupo de músicos, pesquisadores e cientistas se reuniram para uma missão: chamar a atenção da sociedade para a preservação ambiental e, de tabela, produzir música. O projeto Pantanal Poética tem a colaboração de diversas Ongs (Organizações Não-governamentais) e idealização da holandesa Green Beat Performers Foundation que promoveu uma verdadeira integração entre Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina.
Um dos convidados do lado brasileiro foi o trio Hermanos Irmãos, formado pelos músicos Marcio de Camillo, Rodrigo Teixeira e Jerry Espíndola. A proposta era deixar-se inspirar pelo Rio Paraguai e suas comunidades.
“Saimos de Corumbá no dia 13 de outubro e fomos até a Serra do Amolar. A viagem durou quatro dias", conta Rodrigo.
Durante a viagem apenas duas paradas: a Reserva da Onça, referência em preservação ambiental, e a Escola Jatobazinho, que atende crianças da região.
"A Escola Jatobazinho é na beira do Rio Paraguai e tem aulas para crianças de até 12 anos. Eles tem investimentos internacionais, deixei o meu livro Os Pioneiros (publicação que aborda a história dos músicos de Mato Grosso do Sul) para a biblioteca deles, além de discos e um show ao vivo”, afirma Rodrigo, que além de músico, é escritor.
Foram quatro dias de expedição com cerca de 35 pessoas. “Profissionais de várias áreas e que tem uma interelação. Músicos da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil. Uma galera que trabalha com o Pantanal, ambientalistas, antropólogos, profissionais da Embrapa. Eles estão fazendo um documento em defesa da Serra do Amolar, durante o evento tiveram palestras sobre os problemas do ecossistemas e as medidas de preservação”,explica o músico.
Na parte artística, o desafio era acompanhar a expedição, visitar os pontos, dialogar com a comunidade e compor canções que refletissem a experiência.
“O Hermanos Irmãos foram convidados para participar pela nossa história ligada ao Mato Grosso do Sul, ao Pantanal e pelo Márcio de Camillo ter esse trabalho com o Manoel de Barros (Crianceiras)”, indica.
As composições foram apresentadas em um show na cidade de Corumbá e um documentário foi gravado paralelamente as atividades.
“É uma ideia piloto. O próximo passo é que nós possamos ir para outros lugares, descer o rio Paraná, visitar comunidades ribeirinhas, por um período maior, um mês, por exemplo. Outros países onde a Ong holandesa já atua, como Moçambique. Em locais que sofrem problemas de meio ambiente e precisam de uma ação para chamar a atenção”, acredita.