Brasileiro, sucesso pelas ruas de Paris, assina arte urbana na Vitório Zeolla
O muro da Rua Vitório Zeolla, no Carandá Bosque, ganhou tom diferente nesta semana. Pela mãos do artista plástico Rafael Suriani, de 36 anos, aves, traços indígenas e pessoas ganharam formas e cores quentes. Com desenhos muito alegres, o artista, que está de passagem por Mato Grosso do Sul, fez uma intervenção à altura, registrando o que há de mais belo em nosso Estado, com referência aos índios e à natureza.
Nascido em São Paulo, Rafael é arquiteto formado pela USP (Universidade de São Paulo) e mestre em Arte Urbana. Atualmente, vive em Paris e ficou conhecido como o artista brasileiro que cola nos muros parisienses seus personagens inspirados no universo da mitologia, sempre conectando imagens de animais e humanos em sua arte.
E por onde passa, ele deixa registrado seu olhar. Em Campo Grande há poucos dias, a convite de uma amiga, resolveu criar. "Toda vez que venho ao Brasil, busco fazer algo aqui. Então tentei colocar um pouco da fauna regional e presente. Cada vez que vou a um lugar procuro pesquisar isso", explica.
A mistura do corpo humano com animais é marca registrada. Aqui ele inseriu tuiuiús, araras, tucanos, coqueiros e pinturas da etnia kadiwéu. "Como os índios têm uma relação com a natureza mais forte, eu quis integrar essa referência. Procurei fazer algo maior, para que as pessoas que passassem de carro, vissem", completa.
O gosto pela arte surgiu na infância. Rafael conta que era do tipo de criança que gostava de ganhar canetinhas em todo aniversário. "Comecei com 5 anos de idade. Não jogava futebol, só para ficar desenhando. Natal e aniversário ganhava coisas para desenhar", lembra.
Em 2002, ao começou a faculdade, a Arquitetura já despertava em Rafael o interesse pela arte urbana como forma de interagir diretamente. Quando decidiu cursar o mestrado em Paris, o trabalho passou a ser mais reconhecido graças ao projeto Street Queens. A capital francesa amanheceu com pinturas de Rafael de drag queens que foi conhecendo mundo a fora.
"Faço no papel e colo pelos muros. São drags que fui conhecendo, tem francesas, brasileiras e americanas. Isso aconteceu quando na França houve manifestações contra a igualdade de direitos para casais homossexuais. Na época, muita gente foi às ruas manifestar contra e achei que essa poderia ser a maneira de ser a favor. Não gosto de nada contra e a cultura drag queen tem muito a ver com o meu trabalho, de maneira alegre e exuberante", conta.
Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho de Rafael Suriani, clique aqui.
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