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Artes

De MS, Cecília construiu caminho para ser bailarina na Romênia

Jovem de 21 anos nasceu em Três Lagoas e começou história na dança aos quatro anos de idade

Por Aletheya Alves | 11/09/2024 06:20
Cecília conseguiu seu segundo contrato internacional aos 21 anos. (Foto: Arquivo pessoal)
Cecília conseguiu seu segundo contrato internacional aos 21 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

Aos quatro anos de idade, Cecília Bassetto deu início às aulas de balé e, quase duas décadas depois, a sul-mato-grossense foi contratada para integrar uma companhia de dança na Romênia. Tendo nascido em Três Lagoas, a jovem de 21 anos conta sobre como conseguiu trilhar o caminho internacional.

Resumindo os grandes destaques da história, Cecília se formou na escola do Teatro Bolshoi do Brasil em 2020, foi convidada para ser a bailarina principal da Curitiba Cia de Dança e, por último, participou da temporada 2023/2024 da International Ballet Company, na Espanha. Agora, ela se prepara para o contrato na Romênia.

Mas, antes de tudo, ela conta que o primeiro contato com o balé clássico foi aos dois anos de idade quando viu um vídeo de uma bailarina. Depois, começou as aulas e com o tempo passou a ser incentivada a fazer audição no Bolshoi.

“Conheci um novo mundo, mais encantador e ao mesmo tempo desafiador e duro. Aulas diárias, treinos, ensaios, cuidados especiais com o corpo. Acredito que fiz destas dificuldades uma meta. Vencer os obstáculos e entregar o melhor que conseguirmos na dança, passar a emoção dos personagens. Vencer as limitações. Isto tudo me faz querer estar no mundo da dança”, explica.

É assim que o tempo passou e a sul-mato-grossense não conseguiu mais se imaginar fora da dança. Tanto que para ela, em suas palavras, cada novo personagem significa um novo desafio e essa é sua motivação.

Mas, apesar de envolver tanta magia, o cotidiano não é simples e conseguir contratos envolve muita complexidade. Cecília argumenta que o balé é uma união entre esporte de alto rendimento e arte, consequentemente, as dificuldades enfrentadas seguem esses dois ramos.

Grupo que integrava apresentações na Espanha. (Foto: Arquivo pessoal)
Grupo que integrava apresentações na Espanha. (Foto: Arquivo pessoal)

 “Além de toda dedicação, treinos diários, cuidados com o corpo e estudos, tem também a falta de incentivo. Quase não temos companhias de balé no Brasil. O mercado é muito restrito e os salários são péssimos. Para balé clássico temos só o Municipal do Rio. Temos excelentes bailarinos, mas que precisam buscar o mercado externo porque o Brasil não valoriza”, destaca.

Passando para o âmbito pessoal, ela descreve que os bailarinos precisam ser extremamente disciplinados considerando os treinos diários. “Foco e dedicação são as palavras-chave que descrevem todo bom bailarino. Mas, apesar de difícil, nada é impossível”.

Como Cecília explicou, o cenário brasileiro é difícil e foi na Europa que conseguiu acessar companhias que contratam por temporadas. “Eu fiquei sabendo da International Ballet Company por sites de audições. Enviei meu material e eles entraram em contato. Vi uma grande oportunidade de crescimento tanto profissional quanto pessoal. Foram dois meses e meio na Espanha com mais de 30 espetáculos em cidades diferentes”.

Agora, a próxima etapa é a Romênia, uma oportunidade que surgiu a partir de uma ponte feita por um amigo.

“Tenho vários amigos em companhias espalhadas pelo mundo. Bailarinos que estudaram comigo no Bolshoi. Um desses amigos já é contratado da ópera de Timisoara. Ele me colocou em contato com o diretor, que me convidou para fazer uma audição presencial. Fiquei uma semana na Romênia, fazendo aulas com a companhia. No final, ele me ofereceu o contrato”.

Foi assim que, apesar da alta competitividade do universo que cerca o balé, a sul-mato-grossense conseguiu subir mais um degrau em sua trajetória.

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