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Artes

Espetáculo homenageia Sarah Abussafi Figueiró, ícone da cultura de MS

Apresentações de Chafica serão na sexta-feira (29) e são gratuitas

Por Thailla Torres | 27/09/2023 09:46
Cia do Mato apresenta o espetáculo Chafica, nesta sexta-feira (29), com sessões às 17h30 e às 20 horas. (Foto: Vaca Azul)
Cia do Mato apresenta o espetáculo Chafica, nesta sexta-feira (29), com sessões às 17h30 e às 20 horas. (Foto: Vaca Azul)

Uma sul-mato-grossense de origem libanesa. Uma incentivadora/defensora da cultura e da saúde em MS. Uma mulher à frente do seu tempo. Para contar a história e homenagear uma das grandes personagens da cultura de MS, Sarah Abussafi Figueiró, a Cia do Mato apresenta o espetáculo Chafica, nesta sexta-feira (29), com sessões às 17h30 e às 20 horas, no Teatro Glauce Rocha, com entrada franca. As apresentações contarão com audiodescrição e intérprete de libras.

Sarah é filha de imigrantes libaneses, que mudaram para o Brasil, desembarcando em terras sul-mato-grossenses pelo porto de Corumbá. Nasceu em Campo Grande, foi professora de artes e lutou pelo desenvolvimento da cultura local. Ela foi a primeira presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Profissionais da Dança, a primeira presidente da Associação Artística e Cultural de Mato Grosso do Sul, fundadora da Associação dos Pintores de Porcelana, presidente da Associação dos Artistas Plásticos de Mato Grosso do Sul´ e realizadora dos treze primeiros festivais anuais de dança do Estado, Festival Sul-Mato-Grossense de Dança, de 1985 até 1998. Além disso, foi fundadora da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Campo Grande e recebeu o título de Delegada da ´Associação Interamericana de Dança. Sarah faleceu em 2019, aos 85 anos, deixando um imenso legado em Mato Grosso do Sul.

“O espetáculo proporciona ao público a oportunidade de entrar em contato com a história da arte sul-mato-grossense, sua constituição e o desenvolvimento da cultura de um estado recém-formado, que na época estava construindo as bases de suas identidades culturais. Afinal, para que uma identidade afetiva com a sua própria terra possa acontecer e para que novos artistas possam florescer é preciso reconhecer as identidades, aqueles e aquelas que lutaram para a consolidação de uma cultura local”, destaca Maria Fernanda Figueiró, codiretora, uma das intérpretes-criadores do espetáculo e neta de Sarah.

Homenagem à ancestralidade libanesa e às mulheres que contribuíram com o desenvolvimento da cultura de MS. (Foto. Vaca Azul)
Homenagem à ancestralidade libanesa e às mulheres que contribuíram com o desenvolvimento da cultura de MS. (Foto. Vaca Azul)

Sarah é filha de Chafica Fatuche Abussafi, uma libanesa que aos 14 anos deixou a cidade de Zahlé, no Líbano, para vir ao Brasil. Chafica foi mãe de nove filhos, participava ativamente dos eventos da Colônia Libanesa, lançou a pedra fundamental para a construção de Santa Casa, auxiliou a Associação de Amparo à Maternidade e Infância, foi sócia da Associação Comercial, fundadora do Clube Libanês e também fundadora do primeiro Apostolado da Oração na capital.

O espetáculo faz uma homenagem à ancestralidade libanesa e também às mulheres que auxiliaram o desenvolvimento de MS, emanando os suspiros e anseios de Sarah, uma mulher que lutou perante uma sociedade patriarcal, que trabalhou arduamente para a oficialização do ensino da dança em Campo Grande-MS e, que enfrentou padrões e julgamentos para poder realizar seu sonho de ter uma cultura da qual poderia se reconhecer sul-mato-grossense.

“Sarah gritava pela educação como símbolo máximo de esplendor, sacudia a bengala como protesto aos que governam descabidamente, soube rezar, foi mãe, avó, bruxa, alquimista, pesquisadora de cores, piadista consagrada e amada por muitos. Sarah é Lídia Baís, Conceição dos Bugres, Delinha, Tetê Espíndola e muitas outras que perpassam com grande esplendor e ensinamento”, completa Maria Fernanda.

Espetáculo tem trilha sonora inédita

A trilha sonora da obra foi produzida e criada especialmente para o espetáculo, por Tetê Espíndola, Arnaldo Black e equipe. Segundo a codiretora “a trilha é inédita e muito diferente, com referências da cultura árabe”. O espetáculo tem direção e coreografia de Chico Neller e, co-direção de Maria Fernanda Figueiró. Em cena, apresentam-se: Ana Carolina Brindarolli, Brendon Feitosa, Halisson Nunes, Júlia Mansur, Laisa Zucareli, Maria Fernanda Figueiró e Tanara Aguiar.

O espetáculo será apresentado nesta sexta-feira (29), com sessões às 17h30 e às 20 horas, no Teatro Glauce Rocha, com entrada franca; quem quiser e puder contribuir, a companhia estará arrecadando itens de higiene básica para a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

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