Livro conecta amor de 5 gerações em história inspirada na 2ª neta

Antes de Aurora nascer, Mara Calvis já tinha criado um universo mágico especialmente para a neta. 30º livro da escritora, ‘Os Encantos da Aurora’ conecta todas as gerações da família através das mulheres que inspiram personagens importantes na história. Esse laço afetivo ganha novo significado, pois são nas páginas do livro que Aurora ‘conhece’ a tataravó Júlia que faleceu meses antes de seu nascimento.

Em 15 anos de carreira é a primeira vez que Mara escreve um livro que julga diferente dos demais. Para começar, a história é apresentada no formato de rimas poéticas que revelam o sentimento da escritora ao aguardar a chegada da neta. Além disso, é a primeira vez que toda a família dela é retratada em uma história.

“Eu queria trazer esse amor das cinco gerações, a chegada da Aurora, o quanto a família estava feliz com a chegada dela porque foi inesperada. [...]  Aurora veio para trazer a família toda como personagem. Toda a sua geração está registrada para sempre dentro de uma obra literária”, explica.

Nas páginas, Aurora é narrada como uma princesa que vive uma aventura mágica onde encontra os pais e a irmã Marisa Morgana vivendo em um castelo. “Eu me tornei uma fada, a avó, bisavó Izolina e tataravó Júlia também fazem parte. A gente fala dessas cinco gerações, o fortalecimento da família, do amor em família”, completa.

Para além da magia do próprio conto de fadas, Mara usa desse subterfúgio para mostrar aos leitores a importância da união, do cuidado que a família deve ter com os seus e a valorização de um tempo ao lado de quem realmente importa. O tempo, inclusive, é algo que Aurora acabou não conseguindo ter com a tataravó Júlia. A menina nasceu em setembro e a matriarca da família faleceu em agosto.

O livro já estava totalmente escrito quando Mara precisou pausar o projeto. Na época, a escritora optou por cuidar da mãe e a ajudar a lidar com o processo de luto. A morte e o nascimento, conforme Mara, são duas situações que envolveram os bastidores da obra.

“São um mix de emoções entre o luto, quem a gente está vendo e quem está chegando para essa vida. Minha avó Júlia me ensinou que nós chegamos sem nada, vamos sair sem nada materialmente falando, mas tudo que a gente constroi durante o percurso, a gente vai levar”, diz.

É pensando nas idas e partidas da vida que Mara vê no livro uma forma de se fazer permanecer na vida das netas, assim como foi com a Júlia. “A bisa vai um dia, eu vou um dia, mas a Aurora, a Morgana, o pai, eles vão ter o material que vai ficar depois da minha passagem”, pontua.

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