Piquenique tem mini orquestra e crianças ficam encantadas pela música clássica
O passeio começa pelo tempo, com olhinhos encantados no passado ao verem o trem na Esplanada Ferroviária. Enquanto as crianças brincam na companhia dos pais, a orquestra vai se organizando. Quando o som da música clássica vem à tona, os olhinhos brilham de novo, mas pela curiosidade e tudo acaba virando um espetáculo.
Foi assim o encontro organizado pelo Centro Musical Andressa Chinzarian, neste sábado, com projeto "Piquenique Musical: Conhecendo a Orquestra", que aproximou a criançada da música de maneira lúdica.
Por conta do espaço, não foi possível levar a orquestra inteira, mas a musicista Andressa Chinzarian, conseguiu reunir violino, viola, contrabaixo, flauta transversal, clarinete, trompete, tuba e violão.
A ideia foi da musicista Andressa, de 33 anos. Ela, que também dá aulas, vê o som como estímulo para as crianças. "É um trabalho que eu já faço na minha escola, as crianças interagem, batem palmas e conversam com os músicos. Porque qualquer som é um estímulo", explica.
O piquenique também vem para quebrar o preconceito de que música clássica é chata e as crianças não vão gostar. "Isso é coisa que o adulto fala, mas é muito errado falar que uma criança não gosta de música clássica, porque é muito rica em sonoridade, em repertório e em instrumentos. Elas na verdade acabam adorando".
E realmente, antes de começar a música, difícil era acreditar que toda criançada teria paciência de assistir quase uma hora de apresentação. Mas quando a orquestra começou a brincar com as melodias, as gargalhadas foram a aprovação.
"Isso é super natural, a gente só tem que fazer aflorar isso nelas. Ficam presos no encantamento do som, porque uma coisa é você ouvir música clássica na televisão, outra coisa é ouvir de perto. Então isso encanta".
De bebês a crianças de 10 anos, teve quem ficasse assustado com o som mais grave do contrabaixo, mas foi o reflexo da surpresa com o novo. "Por isso o objetivo é aproximar ela desde pequena. E não só da música clássica, mas da MPB, do jazz ou blues. Todo som é um encanto. E por isso a gente faz em forma de brincadeira, para que ela consiga interagir, porque naturalmente uma criança não vai ficar o tempo todo assistindo uma orquestra", explica.
Enquanto o som rolava, o público mirim também cantou ao som de "Cai cai balão", "O cravo brigou com a Rosa", "Bochecha" e "Lá em casa" e pode até reger a orquestra.
Depois de um hora de apresentação. Teve piquenique com hambúrguer, algodão doces, sucos e pipoca.
A diversão também foi para os adultos que ficaram admirados com o interesse dos filhos. "É fantástico e tira um pouco essa ideia de que esse tipo de música é da elite. Isso é para todo mundo. E, principalmente, para mostrar a arte aos filhos", diz Bartholomeu Bruno, de 40 anos, que é pai da Beatriz Helena, de 6 anos.
Sorridente, a filha não economizou elogios e ainda citou os instrumentos que mais admirou. "Eu adorei, muito, muito. O que eu mais gostei foi a flauta transversal e o clarinete", diz toda animada.
A mãe Marcela Kuwabara, de 32 anos, levou o filho Felipe, 4, que desde pequeno demonstra o interesse pela música. "Eu achei muito legal, fiquei sabendo pelo Whatsapp e resolvi trazer ele que já gosta de música por natureza. Até canta algumas musiquinhas já", diz a mãe orgulhosa.
E para quem ficou de fora, oportunidade não vai faltar. A professora pretende transformar o projeto em um espetáculo. "Foi a primeira vez, mas os próximo a gente vai escolher um estilo mais de espetáculo de uma forma educativa e que continue encantando eles", diz.
A professora ensina os primeiros passos a quem deseja aproximar os pequenos da música. "O primeiro passo é ouvir. A musicalização começa em casa. Quanto mais os pais conseguirem ouvir vários tipos de música, desligar um pouco a televisão e fazer brincadeiras, isso vai ser muito importante".
Todo mundo pode começar mais cedo do que se imagina. "Tem mãe que fica grávida e coloca música clássica para o beber ouvir e isso tem efeito positivo ali. Assim como fazer aulas de música e ir inserindo os filhos aos poucos", detalha.