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Artes

Porta-bandeira no José Abrão, Juliana era criança quando se encantou pelo samba

Aos 29 anos, Juliana já saiu na ala das crianças, na bateria e agora leva a bandeira da escola de samba

Wendy Tonhati | 27/02/2019 06:56
Juliana está há seis anos como porta-bandeira da escola (Foto: arquivo pessoal)
Juliana está há seis anos como porta-bandeira da escola (Foto: arquivo pessoal)

Há seis anos como porta-bandeira do G.R.E.S (Grêmio Recreativo Escola de Samba) Cinderela Tradição do José Abrão, Juliana de Paula Santos, 29 anos, tem um caso de amor à primeira vista com o Carnaval. Quando criança, viu as cores e fantasias no José Abrão e quis participar de todo jeito da festa.

Ela esteve na ala das crianças, entre os 10 e 13 anos, mas teve que esperar os 18 anos para ter autorização da mãe para entrar de vez no Carnaval. Depois disso, não saiu mais. Foi ritmista da bateria e agora, leva orgulhosa a bandeira da Cinderela Tradição do José Abrão na avenida.

“A gente quando vê o mundo da escola de samba, são cores, fantasia, diversão e alegria. Foi um mundo que eu me apaixonei. Desde a bateria, por causa da música, dos ritmos que a cada ano vem inovando. Como porta-bandeira, você levar o nome da escola, por mais que seja uma responsabilidade imensa, é uma paixão muito grande. Você tem uma escola inteira com você”, diz Juliana.

Juliana se mudou para o bairro aos 10 anos e se encantou pela Cinderela Tradição do José Abrão (Foto: Paulo Francis)
Juliana se mudou para o bairro aos 10 anos e se encantou pela Cinderela Tradição do José Abrão (Foto: Paulo Francis)

Juliana conta que os pais se mudaram para o José Abrão quando ela tinha dez anos. Com 12 e 13 anos, chegou a desfilar entre as crianças, mas, os pais não deixaram mais e falaram que ela deveria completar 18 anos para sair no Carnaval. Mesmo sem poder desfilar, a mãe levava Juliana para assistir o Carnaval.

“A primeira vez que eu vi a escola de samba, eu fiquei enlouquecida, mas a minha falou que era tudo ao seu tempo. Eu acabei me apaixonando e, todo ano, ela me levava para ver, até me liberar com 18 anos. Era todo ano insistindo, mas por ser menor de idade e altas horas, todas as vezes que eu fui assistir, a minha mãe foi comigo. A partir dos 18 anos, ela me liberou e ia para assistir também”.

Logo que atingiu a maioridade, ela entrou na escola de samba do bairro e foi ritmista da bateria, tocando ganzá até os 22 anos. Aos 23, assumiu a responsabilidade de levar a bandeira da escola para a avenida. “É uma emoção você fazer parte de uma escola de samba, em todos os sentidos você aprende muita coisa e acaba fazendo parte de um mundo encantado”, diz.

Hoje, o Carnaval também faz parte da família de Juliana. A porta-bandeira tem uma irmã gêmea que também participa, mas segundo Juliana, prefere os bastidores e ajudar nas alas. O filho, aos 12 anos, também desfila no Carnaval. “Ele desfila desdo os 5 anos, quando já estava maiorzinho”.

Ensaios são feitos na associação de moradores do  bairro (Foto: Paulo Francis)
Ensaios são feitos na associação de moradores do bairro (Foto: Paulo Francis)

Também foi no Carnaval que Juliana conheceu o marido, Joel, que é músico e cavaquinista da Cinderela Tradição do José Abrão.

“Conheci ele na avenida. Ele estava desfilando para outra agremiação como cavaquinista e quando você vai desfilar acaba conhecendo muita gente do Carnaval. Eu estava tocando na bateria e esqueci meu instrumento no ônibus na troca de fantasia, porque ia desfilar para outra agremiação. Estávamos conversando normal, mas começamos ali o namoro. Depois de um mês estávamos praticamente casados”. Joel já havia desfilado pela Cinderela Tradição do José Abrão e, depois de casar com Juliana, ficou de vez na escola de samba.

Atualmente, Juliana mora em um bairro vizinho, mas toda a família mora no José Abrão. Há seis anos recebeu o convite para ser porta-bandeira da escola.

“Foi um convite, porém, um desafio muito grande. O nosso falecido presidente que fez, porque a antiga porta-bandeira ficou grávida e não teria como sair no Carnaval. Meses antes ele me convidou para ser a porta-bandeira e começou o desafio. Você aprende de tudo aqui, aprende a mexer com fantasia. É uma escola que todo ano tem crescido e com o decorrer dos anos, foi levando o nome até chegar onde está.”, diz a porta-bandeira.

Diogo é atual presidente da escola e filho do fundador (Foto: Paulo Francis)
Diogo é atual presidente da escola e filho do fundador (Foto: Paulo Francis)

Homenagem ao fundador – Neste ano, a Cinderela Tradição do José Abrão vai homenagear o fundador da escola de samba, Gilberto Carlos Côrrea Lopes, que faleceu aos 61 anos, em 2017. O enredo é Menino rei, cresceu rei menino! Sou Gilberto Corrêa. O atual presidente da escola de samba é Diogo Miranda Corrêa, filho de Gilberto.

A escola de samba irá para a avenida com nove alas, três carros alegóricos e cerca de 250 componentes. Diogo diz que a Cinderela Tradição está em fase de renovação. “É difícil, mas, são pessoas novas, com um gás novo e estamos tentado aproveitar para crescer. Quando meu pai era vivo, tentávamos inovar, mas era ao estilo dele. Estamos dando continuidade e renovando”, diz.

A escola nasceu como bloco do sujo em 1983 e tinha o nome de Mariposa. A Escola de Samba Cinderela Tradição do José Abrão foi fundada em 2004. Segundo Diogo, a ideia do pai foi manter um nome que remetia ao feminino, pois no bloco era homem vestido de mulher. Desde 2012 no grupo de acesso, foi a campeã do grupo em 2014 e no ano seguinte passou para o grupo especial.

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