Praça Ary Coelho vira palco para performance que chegou até Madrid
Seguindo agenda nacional, a Focus Cia de Dança se apresentou em Campo Grande nos últimos dias
“Sair do palco convencional, mostrar que é possível fazer uma rua, uma praça de palco”, resume o coreógrafo e diretor da Focus Cia de Dança, Alex Neoral, sobre a experiência de ocupar espaços públicos com arte. Seguindo a agenda de apresentações nacionais, o grupo chegou a Campo Grande trazendo performance que já viajou até Madrid.
Nos últimos dias, duas modalidades de apresentação foram realizadas por aqui (com patrocínio da Petrobras), sendo uma dentro do teatro, “As Canções que Você Dançou pra mim”, e outra na Praça Ary Coelho, “Trupe”.
Inspirado na obra de Roberto Carlos, o diretor criou um espetáculo que visita as décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990. Já em “Trupe”, a inspiração vem de artistas mambembes que levam sua arte para o público.
Unindo momentos em um só local com outros em cortejo, os oito bailarinos percorrem 150 metros durante 35 minutos. E, para criar a dinâmica, Alex detalha que as ideias, muitas vezes, surgem na vida pessoal.
“A arte imita a vida, coisas acontecem na minha vida pessoal e depois eu vejo que são transferidas para uma obra, uma criação”. Nesse caso, o coreógrafo explica que passou muito tempo com um mesmo grupo, dividindo a doação e privação envolvidas nas dinâmicas de viver a arte. Até que grande parte do grupo deixou a companhia.
E é nesse sentido, a partir desse sentimento, que a performance fala sobre como é não se manter nesse coletivo, “não estar bem emocionalmente e ter que passar para o público que está bem”, detalha.
Ainda sobre a motivação, Neoral relata que a dança performa as máscaras da tragédia e da comédia que podem estar nos próprios artistas como uma forma de lidar com a realidade enquanto estão em contato com o público.
Já tendo viajado o mundo com os espetáculos, o diretor da companhia narra que cada espaço, cada público emite uma reação diferente.
“A gente tenta ter um controle do que vai ser, mas a reação é muito distinta. Apresentamos esse trabalho em Madrid, na Espanha, e foi do jeito que eu gostaria porque as pessoas seguiram o cortejo. Não sei o motivo, acho que foi coincidência, mas era um desejo meu que as pessoas seguissem e não apenas vissem passando”, explica.
E, sobre a dinâmica ser em espaço público, Neoral defende que essa é uma oportunidade de democratizar ainda mais a arte. “Muitas pessoas que não tiveram acesso, que nem sabem que existe a dança contemporânea, podem ser instigadas a querer ser artistas. É um modo de aproximar e também é interessante para os artistas, já que eles conseguem ver a reação do público ainda mais de perto”.
Confira a galeria de imagens:
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