Priscila ‘caminhou’ pelo som do berimbau e não abandonou capoeira
Integrando o Grupo Memória Capoeira, professora criou projeto com oficinas e eventos
Aos 13 anos, Priscila Coutinho ouviu algo diferente nos corredores da escola e, “caminhando” pelo som do berimbau, se apaixonou pela capoeira. Desde então, a prática tomou sua vida e, hoje, seu objetivo é mostrar como a capoeira pode ser transformadora.
Foi assim que surgiu o projeto “Capoeira, Cultura e Memória”, uma união entre eventos e oficinas que combina a prática com preservação da memória cultural e sustentabilidade.
Sobre sua relação com a prática, a professora destaca que nunca viu apenas uma luta ou um jogo, mas uma ferramenta pedagógica. “Capaz de romper barreiras e limitações, agregando benefícios físicos, sociais, psicológicos e cognitivos. Através do método ‘vem para a ronda, vem brincar’, buscamos resgatar movimentos naturais e promover o desenvolvimento integral das crianças, num contexto lúdico e inclusivo”.
Um dos pontos que Priscila faz questão de falar é como a capoeira se apresenta como um território que aceita e celebra a diversidade.
“Todos são iguais, se cumprimentam no início e no fim do jogo, e essa interação é fundamental. Nosso objetivo é desmistificar preconceitos e mostrar que a capoeira pode ser uma grande brincadeira educativa e transformadora”, descreve.
E, voltando na história, o Grupo Memória Capoeira, que a professora integra, começou em 2015 com trabalhos que unem a capoeira com outras áreas do conhecimento. Por ali, são realizados cursos de formação, oficinas, encontros e eventos em geral. Hoje, 25 membros participam do grupo.
“Na musicalidade, o grupo criou composições e cantigas inéditas que valorizam a cultura regional, a ancestralidade e implementou a temática sustentável na prática dentro dos treinos e na concepção estética da apresentação da roda”, informam os integrantes.
Como a professora anteriormente, outra base da formação é pensar na sustentabilidade e é assim que entram as oficinas com materiais reutilizados.
Também participando do projeto, a professora de percussão, Mariana Cabral comenta que essa é uma forma de dar novos significados ao que iria para o lixo. “Isso não só desenvolve a criatividade das crianças, mas também promove a consciência ambiental e a inclusão social. A sustentabilidade é uma linguagem que ajuda no desenvolvimento criativo e educacional”.
Além das oficinas, o projeto também terá um evento em novembro com participação de vários mestres de capoeira. Na lista, estão confirmados nomes que são referência como os mestres Celso de Carvalho e Jagunço.
“Ter a presença de mestres como Celso de Carvalho é fundamental para a valorização da nossa cultura e história. Esses encontros fortalecem a capoeira e promovem um aprendizado contínuo, tanto para os praticantes quanto para a comunidade”, defende Priscila.
Atualmente, o projeto é contemplado pelo FIC (Fundo de Investimentos Culturais), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Para quem se interessar, mais informações são disponibilizadas no perfil @pindorama.memoriacapoeira.
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