Rossine viu sonho se transformar em livro e bordados
Ele começou a escrever ao 18 anos e irá lançar seu 1º livro ‘Pequeno ensaio sobre a tessitura de um poema'
Tendo começado a escrever aos 18 anos, Rossine Benício levou 38 anos para ver seu primeiro livro ser publicado. Unindo o amor pelas palavras e o talento de bordadeiras, sua primeira obra solo é um convite para conhecer a “tessitura de um poema”.
"Na faculdade de Letras, aprofundei-me na escrita. Li Carlos Drummond, Paulo Leminski, Cecília Meireles, Manoel de Barros e Fernando Pessoa. Esses são meus mestres”, destaca Rossine.
Ao todo, a obra é composta por 35 poemas e várias fotografias de bordados que se integram aos textos.
Segundo o autor, o livro é, de forma geral, tomado por poesias. “Algumas falam do próprio ato de escrever, outras sobre amor, amigos e objetivos”.
Já em relação à capa do livro e a presença dos bordados, Rossine detalha que essa parte ficou sob responsabilidade de Rogéria Fonseca, Luciana de Bem, Virgínia de Bem e Lela Pacheco.
“Elas são mulheres que fazem bordados. Como o livro falar de tecer poemas e tessitura (disposição de notas para se acomodarem a uma voz ou a um instrumento), a capa aproxima o tecer do bordado com o tecer da poesia”, descreve o autor.
Esposa de Rossine, Rogéria Fonseca é uma das artesãs que criou os bordados e explica que se envolveu no desafio de trazer o livro para a vida.
“Esse é o primeiro livro de poesias do Rossine. Antes, ele já havia publicado em coletâneas e também participado de concursos, com algumas premiações. Só agora resolveu publicar seu primeiro livro, isso porque faltava o lado burocrático e formal”, diz Rogéria.
Por isso, a esposa se empenhou em procurar uma editora, selecionar as poesias, escolher uma capa e, assim, o livro nasceu.
O lançamento do livro será no dia 12 deste mês, às 19h, na Estação Cultural Teatro do Mundo, localizada na Rua Barão de Melgaço, 177.
Confira abaixo um dos poemas que integram o livro:
Intermédio
No intermédio das linhas
No anterior à poesia
No dicionário dormente
Nos adjetivos inexistentes
Na raiz
No caule
Na fala pré-silábica da criança
analfabeta
Nos redemoinhos da sintaxe
Ali se situa o universo do poema
Inexplorado
Incorruptível
Inacessível
À espera
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