Sonho de Márcia com crochê virou superação e amizade para mulherada
Artista ajuda mulheres a transformar medos e dores em momentos de alegria com criatividade e geração de renda
Aprender a “crochetar” era uma vontade que permaneceu deixada de lado por muito tempo por motivos que vão desde ser canhota, ter lesões até realmente ficar com medo de não aprender. Mas, quando Marcia Regina Acosta Lobo decidiu levar seu sonho de espalhar o crochê para o bairro José Abrão, até uma união de amigas surgiu.
Por ser uma prática tão presente no cotidiano brasileiro, muita gente pode achar que fazer crochê não tem lá sua importância. Querendo mostrar o contrário, Marcia, que é artista visual, defende as linhas a todo momento. E, agora, ainda tem a mulherada do bairro ao seu lado.
Explicando todo o cenário, Marcia detalha que se especializou em roupas e acessórios de crochê. E, com o tempo, percebeu que era o momento de repassar tudo o que havia aprendido.
Em 2020, ela começou a dar aulas no Youtube e conseguiu mais de 80 mil pessoas acompanhando os vídeos. E, agora, os ensinamentos são repassados no José Abrão.
“O Quintal Tia Jura é uma ONG em homenagem à idealizadora e, hoje, é conduzido por seu filho Hugueney Gomes Manga. Eu conheci o instituto e resolvi fazer um projeto para executar lá no espaço e fiz um projeto para a Lei Paulo Gustavo”, descreve Marcia sobre o Fios da Comunidade: uma jornada coletiva.
Ao lado de Marcia está o oficineiro Caio Lobo Borges, além das 20 mulheres que participam das oficinas. “Minhas aulas são projetadas para serem acessíveis e inspiradoras, adequadas tanto para iniciantes quanto para aqueles que buscam avançar em suas técnicas. Minha missão é promover o crochê como uma forma de arte e expressão pessoal, enriquecendo a vida das pessoas com criatividade e beleza”, defende.
E, garantindo que o crochê muda vidas, depoimentos não faltam partindo da comunidade que se formou.
Vanessa Rodrigues é uma das alunas e conta que nunca havia conseguido desenvolver a técnica por ser canhota. A moradora do bairro detalha que até tentou, mas não teve sucesso e desistiu.
Agora, a história mudou e ainda trouxe um punhado de amizades. “Tem sido um período bom porque tenho conhecido pessoas novas, além de fazer algo que eu sempre quis. O jeito da professora cuidar da gente e de nos tratar chega a constranger porque ela é muito solícita, tem muito carinho”.
Quem completa o depoimento é Marilin Josiane que também havia tentado aprender, mas por ter uma lesão imaginava que seria impossível. “Toda atividade que envolve arte é muito positiva e traz um impacto muito grande na vida das pessoas. É necessário ter paciência e atenção na oficina. No início, eu tive muita dificuldade porque tenho uma lesão na mão direita e estou me desafiando, insistindo em aprender”.
Para ela,poder ver o trabalho tomar forma a cada ponto é algo mágico. “A gente vai descobrindo a cada dia que a gente tem potencial e vamos avançando. Além disso, lá no nosso encontro, a gente tem uma pausa para o lanche e é o momento de interagir, descontrair, tem muita alegria. É bom demais”, diz a aluna.
E, completando, Marilin pontua algo que acaba ficando de lado por inúmeros motivos: “lá na oficina, a gente sente que pode expressar nossos sentimentos e nossos sonhos. Dá para acreditar”.
Unindo os depoimentos das alunas, a professora, Marcia, defende que “além das técnicas de crochê, os participantes desenvolvem habilidades motoras finas, concentração, paciência e atenção aos detalhes. Essas habilidades podem ser transferidas para outras áreas da vida e do trabalho”. E é por isso que além de aprender a arte, a mulherada ainda fica feliz com as amizades e consegue retomar sentimentos que estavam guardados.
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