Usando o guarda-roupa da mãe, dupla sertaneja faz gracinha para vingar no palco
Para conquistar o público, vale até alguns minutos dentro de um vestido justo
![Usando o guarda-roupa da mãe, dupla sertaneja faz gracinha para vingar no palco Usando o guarda-roupa da mãe, dupla sertaneja faz gracinha para vingar no palco](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/10/2946i0gcnls00.jpg)
Seja de calça apertada ou vestido, o que essa dupla não tem é vergonha. De Campo Grande, João Paulo e Fernando já tentaram o pagode e agora querem conquistar fãs na música sertaneja tocando de um jeito diferente. De carona no sucesso das meninas, eles se vestem de mulher para cantar sucessos de Marília Mendonça, Naiara Azevedo, Maiara e Maraísa.
"É a hora de mulher cantar para mulher. São certas músicas feitas por elas e que ficaria chato um homem cantando. Por isso, decidimos fazer uma brincadeira. Cantamos um pouco de Infiel, 50 Reais e Medo Bobo", justifica o cantor João Paulo Ribeiro, de 27 anos.
A ideia surgiu há cerca de um mês. No meio de um show, os dois retornam ao palco usando saia e peruca. Foi a hora do "Bar das Colegonas", inspirado na dupla carismática Simone e Simaria. O figurino não é super produzido, a peruca fica toda desajeitada e o vestido saiu do guarda roupa da mãe.
"A cada show, eu abro o guarda-roupa da minha mãe e pego o que tem lá. As vezes, a gente repete roupa, mas é só uma brincadeira. Um momento diferente no show", explica João.
Já o companheiro Liniker Fernandes, o Fernando, de 26 anos, ganhou até roupa de presente da irmã. "Eu tenho a voz muito grossa e por isso imaginamos que seria legal usar roupa de mulheres. Uso roupa da minha mãe também e ela acha o máximo. Até ganhei um vestido da minha irmã de presente para usar nos shows."
Os dois são amigos de infância. Cresceram no Jardim Leblon entre as brincadeiras e a música. João Paulo sempre gostou do sertanejo e Fernando curtia mesmo o rock. Adultos, decidiram seguir adiante com a carreira sertaneja, depois de algumas tentativas no pagode.
"A gente sempre teve gosto pela música, tocamos violão e decidimos seguir trabalhando. Teve um momento que montamos um grupo de pagode, mas só a gente queria mesmo a música, o restante era só batucada", descreve João.
Fernando tem referências do sertanejo raiz, mas insere o rock em alguns momentos do show. "A verdade é que tenho o sertanejo de berço, meu avô tocava violão e do tempo do sertanejo mais antigo. Mas sempre gostei e ainda gosto de rock, tocava quando adolescente. Hoje no sertanejo faço também rock e outros estilos no show", explica Fernando.
A dupla trabalha desde 2011 e em 2012 gravou o primeiro CD com sete composições que falam de amor e baladas. Mas para conseguir visibilidade, em um momento que não é dos melhores, o jeito é continuar inventando.
"A gente chegou a ir embora para Curitiba, mas retornamos para nossa cidade, porque vimos que lá ninguém se destaca. Graças a Deus, o que estamos fazendo está dando certo, porque não estamos no melhor momento. Muitas casas sertanejas fecharam e não temos tantas violadas como antes, o que era uma oportunidade de mostrar o trabalho e conquistar o público", detalha João.
Para quem é mãe, o negócio é incentivar qualquer tentativa de sucesso. "Eu achei legal e fico muito feliz porque a brincadeira foi aceita pelo público. Até pedem para tirar foto. Fico acompanhando e estou feliz porque está no sangue desde pequeno. Sempre gostaram de cantar, dou maior apoio", se orgulha Abadia Ferreira, de 52 anos, mãe de Fernando.