Professor apaixonado pelo time monta casa até com eletrodoméstico do Santos

Copos, porta-retratos, toalhas, utensílios de cozinha, geladeira e até fogão. Tudo remete ao ‘Santos’ na Casa do professor Indajaia Carlos Pires, de 66 anos, no Jardim TV Morena, em Campo Grande.
Louco pelo time, Indajaia viaja duas vezes por ano só para visitar o Estádio Urbano CaldeiraVila Belmiro, em Santos (SP).

Ele revela que a paixão começou quando o Santos veio pela primeira vez aqui, em 1960, jogar contra o Comercial. “O Pelé estava com 19 anos na época e depois retornou em 1954, no campo que havia no Belmar Fidalgo. A partir dali, minha mãe que era corinthiana fanática e meu pai que entendi muito bem de futebol, souberam que desde aquele dia fiquei apaixonado pelo Santos”.

Hoje ele diz que tem poucos objetos porque ao longo dos anos foi doando o que tinha. Mesmo assim a kitnet continua lotada. Entre as relíquias, um quadro autografado pelo Rei do Futebol. “Quem me deu esse quadro foi o pai de um aluno meu que foi treinar no Santos e me presenteou no dia do meu aniversário, há três anos”.

Outra curiosidade é que quase todos os objetos são presentes de alunos e pais de alunos. Professor há 40 anos, até os uniformes de escolas particulares levam o símbolo do time. “Eu sempre pedia autorização da escola para bordar a camiseta ou jaleco”, explica. Alguns até perguntam se Indajaia tem roupa ‘normal’. “Mas eu não ligo, são modelos que eu gosto muito”.

Ele releva que a paixão não diminuiu, mas o consumo ganhou freios nos últimos anos. “Embora eu nunca tenha comprado muito coisa, resolvi doar algumas camisas porque chegue a ter 90 camisetas do time”.

Na semana passada, Indajaia tirou a própria camisa no meio da rua e doou a um rapaz que pedia dinheiro na rua. “Não tive apego, fiz questão de doar e fui embora para casa sem camisa, o que me deixou feliz é que ele gostou da camiseta”.

Os alunos já fizeram até montagem com o professor em meio ao time e, todo fim de ano, Indajaia é escolhido como homenageado da turma. “Na hora da homenagem, os alunos sempre me presenteiam com alguma lembrancinha, camisa ou quadro”.

Até o filho mais velho leva o nome de um dos jogadores preferidos. “O nome dele é Clodoaldo, grande jogador brasileiro”, diz.

A cozinha é toda decorada com símbolos do time, inclusive, fogão e geladeira. Na parede se destaca dezenas de fotografias e, na mesa, até a bandeja é temática.

Enquanto mostra a casa, Indajaia fala de suas alegrias e emoções com o clube de coração, mas reforça que não é fanático. “Sou um apaixonado, mas não um fanático”, avisa. “Respeito todos os outros times e tenho amigos de qualquer torcida”.

A casa já recebeu visitas nos últimos anos de jornalistas esportivos e o carro já foi todo revestido com as cores do time. “Hoje eu tirei todos os adesivos, mas mantenho as coleções e tenho muito carinho por elas”.

Indajaia é professor de História e Geografia conhecido em Campo Grande. Já ministrou aula em escolas públicas, particulares e cursinho pré-vestibular. Hoje, mesmo aposentado, ele não abandona a sala de aula. “Meu amor são os filhos, e meus alunos são a minha família, se eu largar a sala de aula certamente adoeço”.

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