Ah, se o mundo fosse tão perfeito quanto pintam as vitrines das redes sociais
Em uma breve observada em murais alheios, durante um tempinho de ócio navegando pelo Facebook, foi inevitável reparar como as pessoas gostam de exibir uma coleção de sorrisos e momentos fantásticos, agregados a uma pitada de popularidade. Qual o problema disso? Na minha opinião, nenhum. Mas com certeza muitos cidadãos do bem irão dizer por aí: será que a vida dessas pessoas é realmente tão incrível quanto elas pintam nas redes sociais?
Já ouvi muitos comentários do tipo: "ah, isso é tudo fachada", "perde mais tempo tirando foto para colocar no Instagram do que aproveitando os momentos e as pessoas", "ninguém pode ser tão feliz assim", "ah, fulana quer mostrar uma vida que não tem".
E daí, eu pergunto: mas na "vida real" também não funciona assim? Ou as pessoas saem por aí estampando seus problemas a quem interessar ou não?
Para mim, isso é coisa de gente chata, que não sabe colorir a própria vida com sorrisos e se incomoda demais com a alegria dos outros. E cá entre nós, um perfil cheio de fotos com boas energias é bem mais interessante do que um mural repleto de lamentações, acusações e indiretas que servem pra todo mundo e ao mesmo tempo pra ninguém.
É fato que hoje em dia existe uma linha muito tênue entre o mundo virtual e real, por isso, é importante ter todo o cuidado com o conteúdo exposto nas redes sociais, para que tudo o que for postado seja realmente uma verdade nossa, mas nem toda nossa verdade precisa ser escancarada sem um mínimo de responsabilidade.
A verdade é que o mundo (real ou virtual) está repleto de pessoas que não estão preparadas para acolher o cada um realmente tem a oferecer, seja de bom ou de ruim. Poucos são os que conseguem edificar o próximo, ajudá-lo a ser melhor ou até mesmo enaltecer as qualidades dele. A inveja está acabando com a bondade de homens e mulheres. Tudo bem que isso nem é uma realidade exclusiva dos tempos atuais. Mas até quando as pessoas continuarão tão pequenas e mesquinhas?
E é por isso que eu peço: espalhemos mais sorrisos pelas redes sociais, porque de testas franzidas o mundo já está bem saturado. E se não for pedir muito, que os sorrisos realmente sejam sinceros, verdadeiros e bem vividos. Mas se, por acaso, precisar fazer um desabafo, pode me chamar in box, porque mais difícil do que suportar a felicidade do outro é aceitar quem tem apenas a simplicidade de si mesmo para oferecer.
*Mariana Lopes é jornalista e colaboradora do Lado B.