Além de troféus e medalhas, Maria Helena venceu diabetes com corrida

“Saúde, vitalidade e inspiração”. Esse é o lema de Maria Helena Rodrigues, de 72 anos, que começou a correr há 12 anos para vencer a diabetes e conquistar uma melhor qualidade de vida. Antes sofrendo com riscos de amputação e coma, hoje Maria Helena relata que se sente vivendo outra vida, muito diferente da que tinha antes dos 60, quando iniciou no esporte.

Maria Helena conta que, aos 60 anos, enfrentava diversos problemas com o avanço da diabetes. Nessa época, ela precisava tomar insulina cinco vezes ao dia, ganhou bastante peso e estava em risco de um quadro de saúde que poderia evoluir para uma amputação ou um coma. Foi então que ela encontrou no esporte uma solução.

Com o incentivo dos colegas de trabalho, começou a praticar corrida e a se inscrever em algumas provas. No início, Maria Helena confessa que chegou a pensar em desistir da ideia, pois não via lógica em “pagar para correr e ficar cansada”, mas os amigos tiveram um papel fundamental em sua motivação. “Meus amigos do serviço falavam: ‘vai ter corrida tal, vambora’. Aí eu pensei: sabe de uma coisa? Entre injeção e correr, correr dói menos”.

Doze anos após ter iniciado no esporte, ela agradece por não ter desistido, pois sentiu sua saúde mudar “da água para o vinho”. Com o auxílio da prática regular de atividade física, Maria Helena conseguiu perder peso de maneira saudável e estabilizar a doença. Hoje, ela comemora não precisar mais aplicar as dolorosas injeções de insulina, além de relatar que desfruta de noites melhores de sono e tem mais disposição para curtir a vida.

E isso porque, de curtir a vida, Maria Helena entende bastante. Ela relata que costuma treinar sozinha para as competições na pista de caminhada do Horto Florestal, no Parque das Nações Indígenas, anda pela cidade vendendo sopa paraguaia e bolachinha doce, e ainda gosta de curtir uma boa roda de samba. “Eu me sinto uma moça, com 72 anos. Eu costumo falar que tenho 27 anos, que é o contrário”, brinca Maria Helena.

Ela relembra que, seu primeiro pódio na corrida veio após quatro anos competindo, e a data, 11 de setembro de 2016, ela guarda com bastante carinho na memória.

“Eu fiquei radiante aquele dia todinho. Eu tinha corrido já mais de quatro anos sem saber o que era pódio. No dia do primeiro pódio foi uma emoção bem grande. Eu cheguei em casa, tomei banho, troquei de roupa, guardei a minha medalha com muito carinho e fui para o Parque das Nações assistir aos show do Jota Quest. Eu fui a primeira ali do Alambrado. Eu tava tão feliz”, relembra Maria Helena.

E para quem acha que está fora de forma ou se sente desmotivado a iniciar uma rotina com atividades físicas, seja por questões de saúde física ou mental, Maria Helena ressalta que não é necessário investir muito para mudar de vida, basta ter coragem e força de vontade.

“Venha comigo, vamos correr. Pra correr, a gente não precisa de muito material. A gente precisa da nossa perninha boa, do nosso pezinho e da nossa cabeça. Não paga nada pra você se divertir aqui no horto. Eu posso sair daqui e ir até o Parque das Nações Indígenas, não pago nada e ainda me alivia muito. Alivia meu peso, minha dor, meu cansaço, minha cabeça”, expressa.

A atleta já participou de provas nas cidades de Campo Grande, Coxim, Dourados, Três Lagoas, Bonito, e se prepara para sua quarta participação na corrida de São Silvestre, na cidade de São Paulo.

Maria Helena treina sozinha, e também banca todos os gastos com as competições, por isso, está em busca de patrocínio. Quem quiser conhecer mais sobre a atleta, basta acessar o Instagram @helenacorredoracg.

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