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Comportamento

Andressa faz sucesso com as clientes mostrando o poder que o Camelódromo tem

Thailla Torres | 07/03/2018 07:25
Há 1 ano, Andressa ganhou destaque no Camelódromo, com banca de biquínis. (Foto: Saul Schramm)
Há 1 ano, Andressa ganhou destaque no Camelódromo, com banca de biquínis. (Foto: Saul Schramm)

Esqueça loja de grife e outlet modinha, Andressa virou a digital influencer do povão. Dona de um banca de biquínis no Camelódromo de Campo Grande, ela é reconhecida por mostrar bancas de produtos xing ling. 

"Na verdade posso dizer que foi o camelódromo que me desmitificou, eu também tinha dúvidas se as minhas clientes viriam até uma banquinha ver os meu bíquinis", conta Andressa Amaro Bispo, de 31 anos.

Despojada e vaidosa, no dia a dia, a vida é super corrida. Ela precisa conciliar compromissos pessoais e de trabalho às expectativas de quem está nas redes sociais à espera do que ela vai trazer de novo e indicar no Camelódromo.

Andressa é quem desenha os biquínis que vende. (Foto: Arquivo Pessoal)
Andressa é quem desenha os biquínis que vende. (Foto: Arquivo Pessoal)

Nos vídeos, ela mostra óculos, bolsas, eletrônicos e até o narguile que vale a pena ser comprado ali. A ideia surgiu depois de tantas perguntas das clientes. "As pessoas me viam comprando e perguntavam o que mais tinha de interessante no Camelódromo. Daí comecei a ver que seria bom mostrar o que a gente tem de melhor aqui dentro".

Com o tempo mostrando o que gosta e o que compra dos comerciantes, Andressa passou a ser requisitada por outras bancas. "Começaram a me perguntar se eu divulgava e assim eu fui fechando parcerias".

O tamanho do lugar também influenciou nas divulgações. "Tem gente que se perde no primeiro corredor de tanta banca que tem aqui dentro, então ficou mais fácil explicar onde fica cada lugar".

Para levar conteúdo às clientes, Andressa costuma fazer uma enquete no Instagram para decidir o assunto do dia. "Aqui tem muita coisa boa sim, eu tenho óculos que comprei aqui há anos", garante. Recentemente os seguidores pediram para ela mostrar malas de viagem. "Aqui tem mala, por exemplo, que custa R$ 100,00 enquanto em muita loja por aí sai a R$ 500,00".

Andressa tem um jeito extrovertido na hora de falar e sai experimentando o que for preciso para mostrar os detalhes. Foi assim que em menos de 6 meses ela conseguiu 10 mil seguidores na rede social.

"Antes eu usava muito o Facebook, mas ele ficou poluído com tanto grupo e resolvi migrar para o Instagram, o que deu super certo. Vou mostrando minha rotina, a loja, as novidades e ali eu tenho um contato mais direto com quem consome", explica.

Além do mais, ela viu que camelódromo é para todos. "Tem gente que não assume, mas é rico e cliente assíduo do camelódromo. Eu mesma pensava, será que minhas clientes vão até lá? Depois de dois meses, elas conheceram o camelódromo e adoraram".

Mas a história dela está longe de ser algo glamouroso. Aos 12 anos já trabalhava nos semáforos entregando panfleto. "Minha família sempre foi humilde, meu pai tinha uma padaria e minha mãe era empregada doméstica, mas não tínhamos muito dinheiro para comprar o que eu queria. Resolvi entregar panfleto com uma amiga e ganhava R$ 10,00 por dia".

Nas ruas, Andressa deixou de lado a vergonha. "Ali você perde a vergonha de tudo porque precisa ficar no sol, ir de carro em carro e falar com as pessoas". Quando cresceu, ganhou experiência com o pai. "Fui trabalhar com ele na padaria e aprendi a lidar com os clientes, principalmente ali que todo aquele clima da manhã e do bom dia".

Depois de cursar Administração, a empresária viu que tinha um sonho diferente. "Eu não me via dentro de um espaço cuidando de toda parte administrativa de um empresa, eu queria falar com as pessoas. Foi quando eu me dei conta que deveria ter olhado mais para a minha avó que era costureira".

Desde pequena era a avó quem fazia as roupinhas para as bonecas de Andressa. "Ela também costurava as minhas roupas e tudo que eu pensava em ter, ela dava um jeitinho". Assim em 2013 ela abriu sua primeira loja, no bairro Jockey Clube. 

Em 5 anos de portas abertas, a sugestão para ter uma banca no Camelódromo veio do marido que há 12 anos está no local consertando eletrônicos. "Foi uma surpresa, no início fiquei na dúvida, mas resolvi arriscar. Depois que vim para o Camelódromo, minhas vendas aumentaram em 400%". 

E olha que ela nem está no ponto mais privilegiado. A banca de 20 m², toda revestida com paletes, fica no segundo piso, onde há poucos comerciantes. "Acabei escolhendo aqui em cima para que as clientes provassem mais à vontade".

Depois de definir o Camelódromo como escolha certa, Andressa diz que não pretende sair tão cedo. "É um lugar que eu não quero deixar. Já fiz uma enquete e 89% dos meus clientes conhecem aqui. E acho que daqui posso levar o nome de Campo Grande para o mundo com meus biquínis, que não perdem nada para grifes de fora".

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