Aos 23 anos, universitário conhece três regiões do País pedindo carona
Na arte de pedir carona e se hospedar na casa de estranhos, Gustavo França Maia, de apenas 23 anos, é veterano. Desde 2014, o estudante de Jornalismo coloca os pés na estrada e segue rumo ao desconhecido. Assim, já visitou três grandes regiões do País: Sul, Nordeste e Sudeste. Das viagens, ele traz as lembranças da hospitalidade brasileira, os lugares incríveis que conheceu e as fotos maravilhosas que fez pelo caminho.
“Viajar sempre foi uma vontade que eu tive e, a partir do momento que comecei a fotografar, esse interesse aumentou, queria ter a oportunidade de ver e registrar coisas novas. Nas férias de 2014 tomei a decisão de viajar, mas não sabia para onde ir, só que queria algum lugar novo. No fim, isso se tornou uma meta, conhecer uma região do País em todas as férias”, relembra o estudante.
Sem saber muito como começar, Gustavo optou pela região Sul do País, principalmente, pela proximidade e facilidade geográfica. “Tirando o Centro-Oeste, era a região mais próxima. Passei pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, fui até a pontinha, em Rio Grande, perto do Uruguai”, aponta.
Ao todo foram três capitais no Sul, sete no Nordeste e quatro no Sudeste. “No Sudeste visitei Belo Horizonte, Ouro Preto, Rio de Janeiro e voltei por São Paulo”, diz. O resultado da diversidade cultural que Gustavo encontrou pelo caminho está impresso nas fotos que ele trouxa na bagagem. O contraste urbano de São Paulo encontra repouso na beleza litorânea de Vila Velha, no Espírito Santo.
“Eu fico com a câmera o tempo todo, levo uma mochilinha velha para não chamar muito a atenção. Às vezes alguém passava e dizia pra guardar a câmera, você vai ser assaltado. Mas eu nunca presenciei uma cena de violência, de risco, nunca me senti em perigo, não sei se por ingenuidade minha. Nunca me vi em risco de ser assaltado, atravessei o Nordeste e não sofri nenhum tipo de ameaça. Acho que só fiquei mais preocupado quando passei pelo Rio de Janeiro, nessa última viagem”, explica.
Apesar de caótico pelas Olimpíadas, Gustavo acredita que a Cidade Maravilhosa está com a segurança reforçada. “Tomei mil precauções, mas continuei dando meus roles pelas ruas, andava sozinho, ia para onde eu queria, passava nos lugares e até via mais gente com câmera”, frisa.
Como Gustavo utiliza o sistema de couchsurfing, ou seja, se hospeda com base em pessoas dispostas a receber visitantes sem cobrar pela estadia, os custos da viagem são baixos. O mais preocupante neste caso seria o transporte, que no caso, Gustavo resolveu. Pega carona e só em último caso cogita pagar uma passagem de ônibus.
“Quando não rola de carona no Facebook ou em grupos de Whatsapp, eu tento na beira da estrada, se nem isso funcionar, o jeito é comprar passagem. Por isso eu sempre reservo uma grana”, afirma.
Mesmo assim, a hospitalidade e a ajuda que encontrou pelo caminho nesses três anos ainda são momentos que emocionam Gustavo. “O mais importante, que eu vou levar pra sempre comigo, não são as fotos que fiz, as comidas que comi, ou ainda os lugares que visitei. Sem dúvida alguma, o mais importante são os amigos que fiz. Alguém disse que "quem tem amigos, tem tudo" e eu tenho vivido isso nas minhas viagens”, descreve.
Depois de uma viagem tão longa, o que fica é o ensinamento de que o melhor do Brasil realmente é o brasileiro, mas um ser que é diferente em cada região desse território. “A primeira viagem que eu fiz para o Sul do País eu tive um choque muito grande entre expectativa e realidade. Eles são tradicionalistas e regionalistas, parece que você está olhando outro mundo. O contraste entre a culinária e o comportamento com o Nordeste é muito grande, por exemplo”, frisa.
Criado em Mato Grosso do Sul, mas natural de São Paulo, para o futuro jornalista o que falta é conhecer o Centro-Oeste. “Quero conhecer para Mato Grosso, Goiânia em 2017”, cita.
Para ele, o importante é ir. “As pessoas precisam parar de pensar que viajar é uma aventura distante demais. Algo impraticável. Não é, viajar deveria ser obrigatório. Só quem viaja sabe o bem que faz você conhecer um lugar novo. Gente nova. Comer algo que você nunca provou, sabe? Uma bebida diferente ou até mesmo um doce típico de alguma região”, acredita.