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Comportamento

Campo-grandenses contam se vale a pena a nova rede social da modinha

Sem foto ou vídeo, a Clubhouse é a rede social da vez; veja como funciona

Raul Delvizio | 10/02/2021 08:10
Nas últimas semanas, Clubhouse virou a rede social "seletiva" e da vez (Foto: Reprodução)
Nas últimas semanas, Clubhouse virou a rede social "seletiva" e da vez (Foto: Reprodução)

Uma nova rede social tem dado o que falar nos últimos dias. Com o nome de Clubhouse, a proposta não é compartilhar nem foto, muito menos vídeo, somente áudios. E detalhe: isso apenas para quem é dono de iPhone e recebeu convite de participação "seletiva".

Disponível apenas para a plataforma iOS (sistema operacional dos smartphones da Apple), algumas pessoas aqui de Campo Grande já estão dentro e vem curtido a experiência de estar "ao lado" de personalidades como por exemplo o Boninho, diretor de variedades e entretenimento da Rede Globo, atualmente conduzindo a 21ª edição do Big Brother Brasil.

Mas a longo prazo, será que vale a pena seguir essa "modinha"? O Lado B conversou com esses novos usuários.

No Google, as buscas pelo aplicativo cresceram 525% só nesta semana (Foto: Reprodução)
No Google, as buscas pelo aplicativo cresceram 525% só nesta semana (Foto: Reprodução)

Ana Maria Assis, 32 anos, recebeu o convite no último sábado (6) por colegas de trabalho. Por causa dessa atividade híbridas de jornalista, advogada e ao mesmo tempo celebrante de casamentos, ela confessa viver conectada.

"Percebi que venho usado como se fosse um rádio. Lembro de ligar o aplicativo sempre que vou à cozinha ou não quero mais 'silêncio'. Já lavei louça escutando as conversas e ontem mesmo tomei café da manhã ouvindo também. Sempre algum colega me avisa de um assunto que me interesso para dividir o conteúdo comigo, até mesmo porque tem salas bastante frequentadas", esclarece.

Só por meio de áudios, até religião é discutida na rede da "modinha" (Foto: Arquivo Pessoal)
Só por meio de áudios, até religião é discutida na rede da "modinha" (Foto: Arquivo Pessoal)

Assim como a amiga Ana Maria, a fotógrafa e também advogada Beatriz Terra concorda que a nova rede social parece muito como uma rádio "moderninha" e digital. "O legal é que são grandes nomes conversando ao vivo sobre assuntos variados ao lado do público 'comum', e que também pode participar junto e emitir opinião por meio dos áudios", diz.

Focando em assuntos desde o marketing digital, lançamento de produtos, investimentos, as próprias redes sociais, pequenos negócios, empreendedorismo, cases de sucesso e até "tititis" do momento, para elas duas assuntos que captam o interesse e fazem com que as pessoas permaneçam por horas conectadas.

Perfil de Beatriz no Clubhouse; convite veio da amiga Ana Maria Assis (Foto: Arquivo Pessoal)
Perfil de Beatriz no Clubhouse; convite veio da amiga Ana Maria Assis (Foto: Arquivo Pessoal)

"Sabe aquela senhorinha que conversava com o rádio antigamente? Ela iria amar poder tocar no ícone da mãozinha levantada e esperar sua vez de falar também. Em uma madrugada, por exemplo, o próprio Boninho entrou em uma das sala e discorreu sobre o BBB. Todo mundo ali ficou ansioso para falar, perguntar, trocar opiniões sem medo de represália. Acaba fazendo com que as pessoas permaneçam no aplicativo para que não perder a chance de ouvir os grandes influenciadores, professores, mentores que estão ali", opina Ana Maria.

Só no momento desse print, uma das sala já estava com 4,5 mil participantes (Foto: Arquivo Pessoal)
Só no momento desse print, uma das sala já estava com 4,5 mil participantes (Foto: Arquivo Pessoal)

"Para mim, é uma ótima oportunidade de ouvir os nomes conhecidos do marketing e da fotografia, todos trocando conhecimento naquele momento. São grandes 'aulões' ao vivo, que vou ouvindo com o fone enquanto trabalho", descreveu Bia.

Pelo visto, a moda pegou porque se adapta ao dia a dia no trabalho ou rotina de casa durante a pandemia. Porém, mesmo que o Clubhouse ainda seja uma rede social exclusiva para donos de iPhone, isso não significa necessariamente algo "seletivo".

"Assim como outras redes sociais também foram lançadas em fase de teste primeiro para o iOS, essa 'restrição' do Clubhouse é só nesse início. Muito provavelmente por atingir um menor número de pessoas e ser mais fácil de controlar possíveis bugs de lançamento. Acho que a intenção é mais de organização do que necessariamente de 'seleção', isto é, exclusividade", acredita Bia.

No app, diversos temas podem ser encontrados para uma determinada sala de bate-papo (Foto: Arquivo Pessoal)
No app, diversos temas podem ser encontrados para uma determinada sala de bate-papo (Foto: Arquivo Pessoal)

"Se a nova rede social fizer com que as pessoas se perguntem se é certo uns terem acesso e outros não, quem sabe essas mesmas pessoas não começam a se perguntar se faz sentido algumas terem segurança, alimentação e educação básica e outras não. Tenho certeza que as pessoas que estão mais distantes dessa tecnologia são aquelas que não se perguntam sobre a seletividade de uma rede social, mas sim sobre a seletividade da sociedade como um todo e as condições de sobrevivência no país. A seletividade dessa rede social, sem dúvida, é o menor dos nossos problemas", pontua Ana.

Como funciona – Parecida com um chat virtual, o Clubhouse se diferencia por ser uma rede social baseada apenas em áudios. São diversas salas de bate-papo com o limite de 5 mil usuários simultâneos por sessão, além da duração pré-determinada de início ao fim de cada "encontro". Não há compartilhamento de fotos ou vídeos, e as únicas imagens exibidas são do perfil de cada participante.

Em cada sala são definidos temas variados, mas também é possível criar espaços livres, servindo para chamar os amigos e colocar a fofoca em dia em salas menores e privativas.

Emoji de "mão levanta" ou "microfone na boca" é o símbolo da nova rede (Foto: Reprodução)
Emoji de "mão levanta" ou "microfone na boca" é o símbolo da nova rede (Foto: Reprodução)

Quem geralmente controla o fluxo da conversa é um moderador. Para falar, é só clicar no emoji "mão levantada" e esperar a vez. Também existe a possibilidade de somente o criador da sala ser o único "falante", assim como liberar ou bloquear os microfones dos outros participantes.

Não há gravações das conversas e elas não são armazenadas dentro da plataforma. Segundo o aplicativo, somente em casos de abuso dos termos de uso informados pelos próprios usuários que a rede social poderá averiguar os dados coletados.

Por enquanto, aplicativo só é disponível para usuários iOS – isto é, donos de iPhone – e que receberam convite de outros usuários já participantes (Foto: Reprodução)
Por enquanto, aplicativo só é disponível para usuários iOS – isto é, donos de iPhone – e que receberam convite de outros usuários já participantes (Foto: Reprodução)

O Clubhouse por enquanto só está disponível para donos de iPhone. Para participar, é preciso ter um convite. Interessados podem baixar o aplicativo e entrar em uma lista de espera – sincronizada com os contatos do celular. Caso algum amigo já esteja dentro, ele pode permitir a entrada de outros na rede.

Mesmo sendo exclusivo para smartphones da Apple, os desenvolvedores afirmaram que desde janeiro já começaram a trabalhar em uma versão para o sistema operacional Android, a ser lançada "em breve" no decorrer de 2021.

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