Com cachimbo, arco e flecha, Dirce expõe lado selvagem aos 70 anos
A bacharel em Direito é aposentada e hoje, faz artesantos de tambores, facas e bancos estampados
Dirce Köhnlein Simm tem muita história para contar aos 70 anos de idade. Para a bacharel em Direito aposentada, a idade é só mais um número que não faz qualquer diferença. Antes de cursar Direito aos 40 anos, a mulher era vocalista de uma banda e hoje, dedica a vida ao artesanato. Com materiais recicláveis, a artesã cria e restaura facas, cachimbos, tambores xamânicos e diversas outras peças únicas.
O interesse pela arte surgiu em 2006, após Dirce viajar para a Patagônia, na Argentina, e ficar extasiada com o que viu e viveu. Ela relata como foi a excursão feita na época. “Eu fiquei apaixonada por um monte de coisas, resolvi que iria fazer e senti uma força que não podia mais segurar. Eu comecei a procurar na internet, olhava como fazia e fui aprendendo, fazendo sem professor”, explica.
As peças criadas por Dirce têm influência da cultura indígena norte-americana. Por razões que não consegue justificar, ela expõe que sempre admirou o trabalho desenvolvido pelos grupos indígenas dos EUA. “Desde criança, eu amo e gosto muito”, frisa.
Natural da cidade de Não-Me-Toque (RS), ela viveu em São Paulo onde trabalhou 18 anos como back vocal da Banda do Engenho, que fazia apresentação em bailes. Na década de 1990, Dirce veio para Campo Grande estudar direito, porém nunca advogou. Ao invés disso, ela assumiu um cargo no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, onde atuou até a aposentadoria em 2013.
Após esse ano, Dirce expõe que resolveu fazer o que gostava e levar mais a sério a criação das peças artesanais. Para ela, o ofício, que também é um hobby, é o jeito como encontrou de colocar para fora um pouco de si mesma. “Eu gosto de expressar meu lado selvagem, eu amo o mato e a natureza. Eu acho que fui um indião em outra vida”, afirma.
Apesar de há anos estar desenvolvendo a atividade, a aposentada nunca participou de exposições. Neste ano, ela aproveitou a 1ª edição do Expo Maturidade Show para expor as peças únicas ao público. Para o stand, Dirce levou uma lança indígena. A artesã esclarece como restaurou o material. “Ela estava toda estrupiada, então coloquei couro e fiz desenhos kadiwéus”, fala.
Apesar de há anos estar desenvolvendo a atividade, a aposentada nunca participou de exposições. Neste ano, ela aproveitou a 1ª edição do Expo Maturidade Show para expor as peças únicas ao público. Para o stand, Dirce levou uma lança indígena. A artesã esclarece como restaurou o material. “Ela estava toda estrupiada, então coloquei couro e fiz desenhos kadiwéus”, fala.
Além da lança, a artesã faz tambores e bancos pintados de diversos tamanhos e estilos. Outros destaques são o cachimbo da paz com desenhos talhados na madeira e acessórios coloridos, a faca restaurada com bainha bordada, o enfeite de cogumelo envernizado e a espada que antes era um simples espeto de churrasco. O arco e flecha e os acessórios para praticar é outro item especial, pois Dirce exerce há seis anos o esporte.
Com muita criatividade e amor no que faz, ela garante que a arte é o segredo para ser uma pessoa alegre. “Eu vou completar 71 anos, não tenho depressão e não tenho nada. Adoro uma cervejinha e fazer isso", conclui.
Quem quiser adquirir o trabalho, o Instagram é @dekaesse_tambores_e_cia.
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