Entre monitores e esperança, ensaio marca 1ª Páscoa dos bebês na UTI
Hospital em Campo Grande realizou um ensaio pra lá de emocionante para Páscoa não passar em branco na UTI
Na UTI Neonatal do Hospital Santa Marina, onde os sons mais constantes são os bipes dos monitores e o vai e vem dos enfermeiros, a cor da Páscoa ganhou permissão para entrar. Com um ensaio para lá de sensível, houve espaço para sorrisos, maquiagem, cenário colorido e plaquinha de '1ª Páscoa' para muitos dos bebês.
O setor do hospital preparou um ensaio fotográfico. E não qualquer ensaio. Foi o primeiro registro de Páscoa de bebês que enfrentam seus primeiros desafios ainda antes de descobrirem o mundo fora dos hospitais. Um gesto simbólico, mas gigante, para mães como Tatiana de Oliveira Contar, de 34 anos.
“Foi um sonho pra mim”, conta ela ao lembrar da emoção que sentiu ao ver a filha Catherine vestida para a ocasião. “Nós ainda não tínhamos feito fotos em família com ela, ainda mais assim, todos arrumados. Ver ela tão bem... é a melhor coisa do mundo!”.
Tatiana é nutricionista. O pai, André da Silva Lima, 36, é professor. Desde dezembro do ano passado, os dois têm vivido um dia de cada vez ao lado da filha, que chegou ao mundo antes da hora, com apenas 32 semanas. A internação foi inevitável. No dia 12 de dezembro, Catherine passou por um episódio de cianose, ficou sonolenta demais e não quis mais acordar. “Falei pro André: amor, vamos levar ela lá no Santa Marina, não vou dormir descansada”, lembra Tatiana.
Desde então, a UTI virou o novo cenário para a família. Foram semanas de angústia, exames e espera. Mas também de encontros e cuidado. “Encontramos pessoas maravilhosas que nos acolheram desde o início da internação, sempre com muito carinho e informação”, agradece a mãe.
O ensaio de Páscoa, idealizado pela equipe da UTI como uma forma de humanizar a internação, veio como um respiro. As mães receberam maquiagem, os ambientes ganharam cenário lúdico, e até o som habitual da terapia intensiva deu lugar a uma emoção diferente. “Foi lindo ver nossa filha na temática da Páscoa e poder registrar esse momento”, diz Tatiana.
Para ela, a iniciativa teve o peso de um renascimento. “Foi uma forma de renovar as esperanças. Batalhamos muito e demos passinhos de formiga pra chegar onde ela está hoje.”
Entre tantas fontes de força, Tatiana reconhece que nada supera o poder de Catherine. “Nossa pequena guerreira. Mesmo pequenina, já mostrou que tem muita vontade e força pra viver. Sempre estivemos ao lado dela em todos os desafios dessa jornada chamada vida. E sempre estaremos.”
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