Com dias contados em laboratório, Gordinha precisa de um lar
Dócil e muito carinhosa, a gata foi diagnosticada com a AIDS felina e precisa ser adotada
Em meio a tantos gatinhos abandonados nas ruas e bairros de Campo Grande, Gordinha encontrou amor e cuidado no Instituto de Química da UFMS. Uma história bonita mas com muito sofrimento: Gordinha foi diagnosticada com a “AIDS felina”, a FIV (vírus da imunodeficiência felina). Com a doença, ela precisa ter todos os dentes arrancados. Por isso, hoje ela precisa de um lar onde possa ter uma qualidade de vida, carinho e amor.
A gata que tive o nome ganho pelo seu “porte aparentemente avantajado”, vive perto do Laboratório PRONABio há cerca de um ano e meio. O mestrando em Química Carlos Totini acredita que ela foi abandonada dentro da universidade. “Ela é uma gata muito dócil, calma e super carinhosa. É paparicada por todos que passam por ela, até quem não é chegado em felinos”.
Gordinha, que adora um carinho embaixo do pescoço e vai até no colo das pessoas, começou a ter problemas de saúde. A mestranda Valéria Gonçalves percebeu que ela não comia nada. “Ela tinha emagrecido muito e fiquei desesperada. Levei tudo quanto é ração para ela e nada dela comer. Aí eu vi que ela tentava comer, mas grudava no dente dela e ela parava de tentar. Parecia que ela estava sentindo dor enquanto tentava comer”.
A mestranda resolveu levar Gordinha até o Hospital Veterinário da Universidade, foram constatadas duas doenças sem cura: a FIV e a FeLV. “São doenças comuns em gatos de rua. Quando deu positivo, fiquei arrasada, pois além dos cuidados eu não poderia fazer nada por não ter cura”.
Os nomes parecem complicados, mas são siglas: imunodeficiência felina (FIV) e leucemia felina (FeLV). As doenças, assim como a AIDS e o câncer humano, diminuem a imunidade do animal e ele fica mais propenso à infecções secundárias. “Ficamos muito chateados e tristes quando descobrimos que a Gordinha estava com as doenças”, completa Carlos.
Todo mundo se mobilizou para trazer conforto para a gata, que sentia muita dor pela inflamação na gengiva. Carlos reflete que o diagnóstico foi cruel, mas importante para a saúde da gata: será preciso retirar todos os seus dentes. “É muito triste ver ela sofrendo. Ela está sendo medicada para o alívio da dor, porém a medicação piora sua imunidade diante dos vírus”.
Com um histórico de luta, abandono e muito amor pra dar, um lar é o que pode ajudar Gordinha hoje a ter mais qualidade de vida. “Eu, minha namorada e outros colegas logo vão se formar e sair da faculdade, e a Gordinha vai ficar sozinha. Por isso, precisamos achar um lar para a bichinha”.
“Ela é uma gatinha muito tranquila, nunca pulou em nada aqui dentro, quase não mia, apenas quando quer comida”. Além do cuidado, carinho e amor para a felina, a adoção responsável é mais do que necessária pelos cuidados relacionados à doença.
Bichanos com FIV precisam ser “filhos únicos” ou adotados por donos que já possuem outro gato com a doença, pois ela é contagiosa. “Porém, a doença só é transmitida para gatos, então quem adotá-la pode ficar tranquilo pois não transmite nem para humanos nem para outros animais”, ressalta Valéria.
Quem tiver interesse em adotar Gordinha, pode entrar em contato pelo telefone (66) 99624-8559 (Valéria).
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