Com violão e música, diretor serve jantar a presos que reformam escola
Para que alimentos não vencessem na pandemia e como forma de agradecimento, o diretor da escola tomou uma iniciativa
Todo dia das 6h30 da manhã às 16h, 25 internos da Gameleira, presídio semiaberto em Campo Grande, ajudam a reformar a Escola Estadual Prof Zélia Quevedo Chaves, Parque Residencial Iracy Coelho Netto.
Sensibilizado pelo trabalho duro dos detentos, que faz parte de um projeto do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o diretor da escola, Álvaro de Lima Silva, resolveu oferecer um jantar toda sexta-feira a eles.
“Eles só almoçam por aqui, e como saem todo dia na parte da tarde sem comer nada, achei que poderia ajudar de alguma forma. Infelizmente não podemos proporcionar todos os dias, mas pelo menos na sexta conseguimos”, explica Álvaro.
Parte do alimento, principalmente as proteínas, já estavam na escola e poderiam vencer por conta da pandemia que impede as aulas. Porém, outra parte do alimento sai do próprio bolso do diretor e de alguns voluntários.
“A cozinheira da escola que faz a comida. O cardápio de amanhã [sexta-feira] será arroz com frango e salada. Na sexta passada eles comeram bastante (risos), mesmo assim sobrou”, diz Álvaro se referindo ao primeiro dia de jantar, no dia 4 de dezembro.
Segundo Álvaro, a ideia surgiu porque ele viu o quão duro trabalham os detentos. “Muitas vezes eles têm só mais uma refeição à noite e não é suficiente. Acho que só estamos retribuindo o bom trabalho que estão fazendo aqui”, finaliza.
A reforma deve durar até março de 2021. Orçada em R$ 550 mil a obra é executada e custeada com o dinheiro dos presos. Esta é a 12ª escola estadual contemplada pelo projeto idealizado pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto.
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