Ficar mais perto do filho foi um dos bons hábitos trazidos pela pandemia
Além de usar máscara e álcool em gel, teve muita gente que mostrou mudanças de verdade na pandemia
Em 1 ano de pandemia, quantos bons hábitos você mesmo inseriu na sua vida? Para alguns campo-grandenses, zero. Para outros, porém, mudanças foram colocadas em prática e viraram rotina. Teve quem fez hortinha em casa, pediu comida por aplicativo pela primeira vez, se aproximou do filho e até colocou o "peso" em dia – emagrecendo uns bons quilos.
Esse último é o caso de de Julia Garcia Brandão Thompson, funcionária pública de 34 anos. "Passei de totalmente sedentária para aquela pessoa super ativa!", comemora. "Precisou de uma pandemia para eu ter acompanhamento de nutricionista, me alimentar melhor, tomar vitaminas e, claro, fazer atividades físicas", esclarece.
Mas confesso que o pessoal do iFood conhece bem meu endereço", brinca.
Na agenda, musculação três vezes na semana e aos sábado ou domingo vem a pedala de 20 quilômetros em cima da bicicleta. O diferencial não só foi ter optado por um estilo de vida que considera ser mais leve e saudável, porém até mesmo trouxe uma aproximação ao filho.
"Seja patinete ou bike, ele é meu maior companheiro", afirma. "Pra mim, essa pandemia conseguiu trazer coisas positivas também. E agora, até tento trazer meu marido para esse mundo", diz.
Colocando a auto-estima em dia, Julia se sentiu mais "presente" de si mesma. "Não foi só mudar por mudar, mas me enxergar de verdade! Bem resolvida com isso, acabei por aproveitar a oportunidade e até fazer uma cirurgia estética que sempre sonhei, até porque precisava resolver uma questão no outro seio", explica.
Lucas Caneca, arquiteto de 36 anos, também seguiu o mesmo exemplo. Não o de colocar silicone, é claro, mas o de praticar um esporte que descobriu ser sua paixão. E melhor de tudo: uma atividade que não aglomera.
"Um dia minha esposa Thiemy, que já jogava tênis, me convidou e eu aceitei. Confesse que não tinha vontade pois achava muito difícil, então sempre ficava no 'conforto' do meu futebolzinho. Com a pandemia, porém, tive que mudar. Pois quando comecei a fazer aulas, agora já jogo partidas pelo menos três vezes por semana. Foi um desafogo que nem sabia que precisava, um alento!", agradece.
"O tênis é um esporte muito completo, físico-mental-técnico, e que com duas pessoas já 'dá jogo'. Tempos de crise servem para nos reinventarmos, não é? Buscar outras soluções, caçar novos jeitos de se fazer as coisas. Fui para o tênis mas poderia ter aderido à corrida ou natação, por exemplo. Nessas épocas difíceis, estar bem da cabeça e do corpo é fundamental", considera.
Teve quem precisou 365 dias de pandemia para aprender "na marra" a fritar um ovo. Mas e quem transformou a rotina do iFood em realidade. Sem julgamentos!
"À noite, meu filho Otto, de apenas 3 anos, chega perto de quem está mexendo no celular e pergunta: 'o que vamos pedir hoje?'. Geralmente sugere pizza ou batata-frita, duas coisas que ele mais ama. Claro que eu que sou pai deixo só aos finais de semana", afirma o professor universitário Guilherme Brasil, 30 anos. "Há um ano ele vê a gente pedindo tudo pelo celular. Principalmente comida. Então não só a gente que se acostumou, mas ele também", diz.
Já para Aline Ramos Barbosa, professora de sociologia de 35 anos, a mudança veio em forma de plantação. "Erva mate, cidreira, capim cidreira, hortelã, alecrim, cebolinha, salsinha, mamão, pitaia… isso sem falar de outras decorativas! E tudo isso dentro de casa", garante.
Ela e o namorado Daniel, que também é professor, aproveitaram os meses "presos" em casa para trabalhar no quintal. "É uma das coisas que mais gosto de fazer. A outra é discutir sobre o que vamos ler. O que temos feito muito. Eu particularmente adoro ir até o quintal e ver o fruto do nosso 'suor' crescendo". E não pretendo deixar tão cedo de plantar plantinhas", admite.
Mas a adaptação de novas rotinas também não só ficou no jardim, mas como dentro de casa. "Nós dois, que fazemos parte de corpo docente, tivemos que virar 'youtuber'. Claro que é brincadeira. Desdobramos com novos métodos, espaços e tecnologias para lecionar. Também fiquei viciada em documentários sobre pandemia e afins, me aventurei na costura, fiz artesanato. Mas tive meu momento de ficar deprimida. E assim procurei redefinir meus hábitos, fazer novas coisas".
Como muita gente, Aline já viu de perto o clichê "querer não é poder" em prática. Afinal, ela e o namorado não leram tudo que prometeram, não fizeram o exercício que planejaram, não organizaram a casa do jeitinho que esperavam. Nada saiu como acharam que deveria ser.
"Prometemos e não fizemos. Isso nos mostrou uma verdadeira lição: não tem como prever nada. O melhor mesmo é fazer e acompanhar o resultado conforme as coisas se dão", finaliza.
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