Garrafa de água e guarda-chuva são itens de "sobrevivência" neste outono
Nas ruas da cidade, o que não falta é gente prevenida de olho nas mudanças do clima
Sobreviver aos desafios das mudanças climáticas, cada vez mais instáveis, na capital de Mato Grosso do Sul, não é tarefa fácil. Mas, como bons cidadãos campo-grandenses, tudo tem um ‘jeitinho’. A solução é apostar nos itens que não podem faltar na bolsa ou mochila na hora de sair: garrafa de água e guarda-chuva.
O Campo Grande News esteve no centro da cidade para entender quais itens compõem o ‘guia de sobrevivência campo-grandense’ e constatou o que já esperava. Com tanto calor, não dá para sair de casa sem água. Outro item que ocupou o segundo lugar na lista de coisas que não podem faltar, segundo os entrevistados, foi o guarda-chuva.
Mesmo sem ser batizada como ‘terra da garoa’, referência à cidade de São Paulo pela frequência de chuvas, a capital sul-mato-grossense não ficou atrás em 2023. O que não faltou até o mês de março foi o famoso “pé d'água’.
Para a vendedora Daniele Ferreira da Silva, de 23, a garrafinha é indispensável e um hábito na vida da jovem. “Não costumo comprar na rua, levo de casa mesmo. Percebo que as pessoas não saem sem água”.
Ela conta que a marmita também é um item primordial no ‘kit sobrevivência’. “Marmita primeiro e depois a garrafinha de água”. O casaco, segundo Daniele, também é obrigatório, devido à mudança constante do clima. “O tempo muda de repente. Quando vou para o serviço não está chovendo, aí quando volto está”, finalizou.
Quem também não abre mão da boa e velha garrafinha de água é a Lucimar Justino Ozebio, de 38 anos. Quando precisa sair, ela reutiliza a embalagem de refrigerante e coloca gelo. “Não pode faltar garrafa com muito gelo e toalha pro rosto, porque é muito quente em Campo Grande. Sempre levo de casa”, disse.
Zenaide Verão, de 71 anos, brinca com a ausência do protetor solar na lista de prioridades na hora de sair. “Não uso, mas sei que deveria”. Ela ressalta que água e guarda-chuva são rotina em Campo Grande e que carrega o casaco apenas quando percebe que o tempo vai mudar.
Alexandra Rocha Dias, de 21 anos, também afirma que água não pode faltar. “Uso guarda-chuva geralmente por causa do sol e da chuva, nunca sabe quando vai chover. Hoje não estou com ele, mas levo sempre”.
Quem lucra?
João Teixeira de Matos, 63 anos, é vendedor ambulante no Centro e ressaltou à reportagem que as vendas estão menores este ano. Ele atribui a queda ao clima mais chuvoso e diz que muitas pessoas andam com suas próprias garrafas de água.
Em dias de muito calor, de 33ºC ou mais, João revela que chega a vender até 90 unidades. "Dá pra fazer uma graninha". Já em dias mais chuvosos, o número cai para 30. "Eu to mexendo com venda para poder complementar a aposentadoria, porque tenho muito consignado. Reparei que as pessoas andam mais com água. Também tem bebedouro nas lojas e isso pode ajudar a diminuir as vendas”, completa João.