Léia virou a Mamãe Noel dos doces após sofrer 2 acidentes em 20 dias
"Estou radiante por estar viva", disse a confeiteira que leva a alegria do Natal vendendo doces na rua para pagar os prejuízos
Este já está sendo o melhor Natal da minha vida".
A confeiteira Léia Duarte, de 35 anos, é aquele tipo de pessoa que não se abate por qualquer coisa. Mesmo após sofrer 2 acidentes em menos de 20 dias, ter o carro amassado por completo, ganhar hematomas e levar um baita prejuízo financeiro, ainda sim ela consegue sorrir ao final do dia. Fantasiada de Mamãe Noel, vende doces na rua que ela mesmo faz em casa, levando a alegria de viver para quem estiver presente. É o simples e verdadeiro que encontrou para simplesmente agradecer.
"Eu estou radiante só de estar viva. Amo viver! Dinheiro a gente conquista no dia a dia, na hora da labuta… agora, a vida é uma só. Nada irá substituí-la", acredita.
Com o empréstimo da fantasia natalina e também o Fusca de um amigo, leva a sua marca Leah Pâtisserie – confeitaria criada há 2 anos – vestida de "boa velhinha", com até cooler vermelho (onde conserva as sobremesas) para combinar com a roupa e o saco de presentes. Com ajuda da mãe e do filho mais velho, seus doces são todos feitos à mão. O carro-chefe é o "cone delícia", uma casquinha de sorvete banhada de chocolate e recheada nos mais diferentes sabores: de brigadeiro ao leite ninho, beijinho, maracujá, paçoquinha e mais. Ainda, produz também uma variedade de salgados.
"Antes, fiquei 1 semana em profunda tristeza até que simplesmente me reergui e comecei a procurar alternativas para trabalhar. Sou uma pessoa feliz, alegre e que ama o Natal. Pra mim, simboliza toda essa esperança, o fato de ser ter fé na vida", comenta.
Em menos de 1 mês, Léia – que também é motorista de um aplicativo de corridas só para mulheres – sofreu 2 acidentes. O primeiro foi na rua Brilhante, onde uma moto em alta velocidade bateu na porta direita do seu carro. Detalhe: o motociclista estava sem documento. Já o segundo aconteceu no cruzamento das ruas Antonio Maria Coelho e Bahia. Um outro motorista furou o sinal, bateu com força e fugiu.
"A lei sugere um acordo amigável, que foi o que tentei. Por sorte eu encontrei esse último motorista e entrei em contato, mas fui completamente ignorada nas diversas tentativas", esclarece.
Porém acrescenta: "mas eu não saio por aí levando sentimentos ruins, nem o ódio que recebi dessas pessoas que me causaram mal. Apenas tenho que sobreviver porque a vida não para. E graças a Deus a minha não parou. Levo os doces, vestida de Mamãe Noel e com um sorriso no rosto de bom grado", confessa.
Léia vende sobremesas e salgados em diferentes locais na cidade onde considera ter mais movimento. Dirigindo o Fusca emprestado pelo amigo, ainda relembra o trauma psicológico das batidas e o medo que agora sente pelo trânsito – mesmo que sinta prazer em dirigir.
"Até hoje estou com dificuldade de respirar por conta da pancada, fora os hematomas espalhados pelo corpo. Mas isso não se compara ao prazer de estar viva. Outro dia mesmo vendi quase todas as unidades de doces. Ao voltar pra casa, uma dupla de moradores de rua me avistaram e gritaram 'ho ho ho', chamando minha atenção. Resolvi doar para eles o que havia sobrado. O brilho no olhar, a alegria que proporcionei à eles foi sem igual. É isso que me motiva", finaliza.
Quem quiser ajudar Léia, pode encontrar em contato pelo telefone (67) 98184-4326 ou visitar seu perfil no Instagram.
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