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Comportamento

Mãe se "veste" de professora e põe filho de uniforme para aula em casa

De "cosplay" da professora do filho, aula de Andreia tem horário de entrada, saída, intervalo e filho usa até uniforme

Paula Maciulevicius Brasil | 27/03/2020 15:58
Andreia de "Professora Jackeline" e o filho Pedro de uniforme na sala de casa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Andreia de "Professora Jackeline" e o filho Pedro de uniforme na sala de casa. (Foto: Arquivo Pessoal)

A quarentena de Pedro Otávio está sendo seguida à risca como se ele estivesse em sala de aula. De uniforme, sentado na carteira, o menino de 9 anos tem aulas com a "professora Jackeline", que nada mais é do que a mãe com um jaleco e um cartaz levando o nome da mestre no rosto.

Estudante do 4º ano do Ensino Fundamental, ele está em quarentena desde o último dia 19 de março, quando a escola adotou o isolamento. E como o menino gosta muito de ir ao colégio, a mãe, Andreia Rocha Diniz, de 40 anos, teve a ideia de se vestir de "prô Jack".

"Ao chamar ele para fazer atividade percebi que estava com saudade da prô. Ele gosta de estar com seus colegas, principalmente com ela e o professor Rodrigo, de Educação Física", conta a mãe.

Mãe fez até "lousa" com cabeçalho do colégio para seguir a rotina. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mãe fez até "lousa" com cabeçalho do colégio para seguir a rotina. (Foto: Arquivo Pessoal)

Andreia é estudante de Pedagogia, o que facilita ter encarnado o personagem. "Preparei ele como se fosse para ir à escola, com uma máscara, escrevi o nome da prô. Depois até mandei foto para eles e postei no Instagram", completa.

Para ela, essa é uma forma divertida de lidar com o momento de quarentena, principalmente com as crianças. "Eu também dou aula de futebol, filmo e envio no grupo. Ele achou um barato", fala.

Na sala de casa, as aulas começam 13h30 e vão até 16h30, de segunda a sexta, com direito a intervalo. Na "saída", começa o treino de futebol. "Tento seguir à risca todo o conteúdo enviado pelos professores. Depois das atividades escolares, ele joga videogame on-line com os primos", relata a mestre de casa.

Ao Lado B, o estudante fala o quão divertido foi ver a mãe assim. "Eu pensei: que cosplay é esse? Mas eu gostei", conta Pedro Otávio.

Ele admite a falta que sente dos colegas e dos professores, em especial de Educação Física e do futsal, mas segue estudando em casa. "Consigo estudar sim, com ajuda dos meus pais e da minha irmã", diz.

A mãe professora diz que as aulas assim estão rendendo e que nem precisa chamar o filho duas vezes. "Ele vem super animado, faz tudo. Sabe que não é férias, está bem ciente do que está acontecendo, por isso consigo", acredita Andreia.

"Quero que meu filho respeite os professores, seus colegas, as mulheres, como todos têm que ser respeitados, pois sabemos o quanto é difícil ser professor no nosso País", finaliza.

Pedro com a irmã Carolina, a mãe Andreia e o pai José Carlos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Pedro com a irmã Carolina, a mãe Andreia e o pai José Carlos. (Foto: Arquivo Pessoal)


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