Meio Corcel azul, conheça a ideia de Jonathan para vender caldo de cana
Sucata comprada pra retirar peças virou carretinha para vender caldo de cana pelas ruas
Você está passando pela Avenida Lúdio Coelho, de repente, pá, um azulão. Difícil não olhar. Ué, mas do que estamos falando? É do Corcel que vende garapa e pastel mais zika de Campo Grande.
Isso mesmo, um Corcel, ou um corcel e meio, e que vende garapa. O mini engenho automobilístico é obra do motorista Jonathan de Oliveira Pereira, de 38 anos. Faz duas semanas que o mais novo vendedor de caldo de cana da Capital se instalou na avenida. “Eu comecei a vender agora porque ficou pronto agora a estrutura”.
A história é muito louca. Jonathan já tinha um Corcel há mais de 15 anos, que é sua paixão. “Já comprei ele com essa cor azul, gosto muito desse tom, desse carro, desse modelo”.
Por isso, há cerca de sete anos, o motorista comprou a sucata de um outro Corcel, do mesmo modelo, o Corcel 1, para retirar peças e fazer a manutenção do que realmente funcionava.
“No começo só queria usar as peças, mas com o decorrer do tempo pensei que poderia aproveitar a estrutura, principalmente a parte traseira, para montar uma carretinha”.
Corcel é um carro da década de 60 e foi, durante muitos anos, um dos automóveis mais populares do Brasil. Compacto, mas sedan e potente, é até hoje objeto de desejo de muitos apaixonados por carros antigos.
A ideia inicial de Jonathan não era usar a carretinha para comercializar caldo. “Na verdade, não sabia como iria usar, só queria criar”.
Faz três anos que Jonathan começou a colocar em prática sua ideia. Aos poucos, com muita dedicação, totalmente sozinho, ele montou a estrutura que pode ser anexada a qualquer veículo, mas que só combina com seu Corcel azul.
“Demorei três anos porque fiz tudo sozinho. Trabalhava, ganhava um pouco de dinheiro, usava pra mexer na carretinha. Além disso teve muito coisa que precisei aprender pra fazer na estrutura”.
Ao todo, contando a restauração da metade traseira da sucata, e os equipamentos para moagem da cana e fritura dos pastéis, Jonathan diz que gastou cerca de cinco mil reais.
“Não fiquei os três anos mexendo o tempo todo no carro porque não tinha sempre dinheiro, mas ano passado recebi uma oportunidade de trabalhar seis meses nos Estados Unidos, foi daí que consegui guardar um dinheiro pra terminar o projeto”.
Jonathan mora com esposa e dois filhos. Não trabalha mais como motorista e pretende viver de sua criação daqui pra frente. “Hoje (sábado dia 17) o movimento não está muito bom, mas nessas duas semanas não tenho do que reclamar”.
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